Em FINS do século XVIII, quando o Sul se agitava com o problema do ouro, cuja lavra diminuíra em face das exigências da Metrópole, o elemento escravo radicado no Nordeste e em constante fuga para as regiões auríferas das Minas Gerais começara a encontrar meios de sobrevivência na incipiente lavoura, notadamente a açucareira. Antes disso, eram vendidos ao Sul em grandes levas, representando o transporte verdadeiro massacre aos que resistiam ao tratamento desumano. Refere Pandiá Calógeras, em Formação Histórica do Brasil, que em 1819 Pernambuco deveria ter uma população de 371.465 habitantes, dos quais 26,3% "eram de condição servil". Os escravos, entretanto, estavam em permanente fuga e os senhores não lhes davam trégua. O interior de Alagoas era o refúgio preferido. A produção agrícola da colônia sofrera muito com a febre do ouro. Nas terras onde hoje se localiza o Município de Viçosa, viviam os "Cambembes", subtribo dos Caetés, em constantes lutas com os Cariris e outras tribos tapuias. Após a matança do primeiro bispo do Brasil, Pero Fernandes Sardinha, os índios perseguidos pelas forças de Jerônimo de Albuquerque se internaram pelo Sertão. Despovoada do seu elemento nativo, a grande faixa de matas ofereceu abrigo aos negros escravos fugitivos, que aí construíram quilombos, verdadeiras fortalezas onde se travaram lutas que passaram à história com a denominação de "Guerra dos Palmares". A extinção dos quilombos, de que se encontram vestígios nos mocambos conhecidos como Quidalaquituche, Osenga e Sabalangá, marcou o começo da colonização do interior alagoano, na área que tem Atalaia como centro de irradiação. As terras férteis, com inúmeros córregos e rios e madeira em abundância, facilitaram a exploração, de modo que foi rápido o progresso. É muito provável que os pretos remanescentes dos Palmares se tenham fixado nos locais onde construíram os mocambos. Perdoados, continuaram trabalhando. Em breve apareceram várias fazendas onde se cultivavam sobretudo cana-de-açúcar e algodão. Em vários pontos abrangidos pelo atual Município havia mocambos, que depois se transformaram em pequenas povoações. O povoamento do Riacho do Meio, núcleo da cidade, ocorreu de maneira singular: conta-se que todos os anos, um padre saia de Atalaia para dizer a missa do galo na povoação de Passagem, que ficava próxima a Quebrangulo; certa vez, porém, tendo chovido torrencialmente, foi impossível a travessia do riacho, que transbordara. O padre procurou um outeiro próximo, ergueu uma cruz e ali celebrou a missa do Natal. A cruz constituiu-se em uma espécie de marco e o local, que tomou o nome de Riacho do Meio, atraiu romeiros, que começaram a construir casas toscas em suas imediações. O agricultor Manoel Francisco, antevendo o progresso da região, conseguiu, em 1790, autorização do ouvidor José de Mendonça Matos Moreira para estabelecer residência em Riacho do Meio e começou, em caráter experimental, o plantio de algodão, no que foi bem sucedido. Em pouco tempo as casas se multiplicaram. As terras férteis facilitaram a fixação do elemento humano, sendo que, já em 1820, existiam vários sítios onde eram cultivados, sobretudo, cana-de-açúcar e algodão e onde foram instaladas inúmeras engenhocas para o fabrico de rapadura. Por ocasião dos distúrbios decorrentes da Independência, conhecidos como "mata marinheiros" alguns portugueses fugiram, refugiando-se em Riacho do Meio. Entre eles se achavam o alferes Manoel da Silva Loureiro, de Anadia, que se estabeleceu no sítio Pedras de Fogo, e José Martins Ferreira, que se instalou no sítio Gurumbumba. Desses dois se originaram as famílias Loureiro, Vilela, Vital dos Santos e Vasconcelos Teixeira. Por decreto imperial de 13 de outubro de 1831, a povoação Riacho do Meio, desligada de Atalaia, é elevada a categoria de Vila com denominação de Vila Nova de Assembléia, surgindo assim o Município. Formação Administrativa : O governo-geral criou, a 13 de outubro de 1831, a vila, dando-lhe o nome de Vila Nova da Assembléia, instalada a 16 de fevereiro de 1833, desmembrada da de Atalaia e com território do antigo povoado de Riacho do Meio. Pela Resolução n.° 8, de 10 de abril de 1835, foi criada a freguesia de Assembléia, sob a invocação do Senhor Bom Jesus do Bonfim. Pelo Decreto n.° 46, de 25 de novembro de 1890, passou a denominar-se Vila Viçosa, voltando a chamar-se Assembléia por força do Decreto-lei número 2.909, de 31 de dezembro de 1943. Entretanto, a Lei n.° 1.473, de 17 de setembro de 1949, restituiu-lhe o topônimo Viçosa. Viçosa só possuiu um distrito administrativo judiciário - o da sede - até a Lei n.° 1.086, de 14 de julho de 1926, que criou o distrito de Pindoba Grande e o Decreto-lei n.° 2.435, de 30 de novembro de 1938, os distritos de Anel e de Chã Preta. Assim, no quadro da divisão administrativa fixado pela Lei n.° 1.785, de 5 de abril de 1954, o Município era composto de Viçosa (sede), Pindoba Grande, Chã Preta e Anel. A 10 de outubro de 1957, pela Lei n.° 2.070, o distrito de Pindoba Grande foi elevado a Município com o nome de Pindoba. O distrito de Chã Preta também foi desmembrado, pela Lei n.° 2.432, de 3 de fevereiro de 1962, ficando, daí em diante, composto dos distritos de Viçosa (sede) e Anel. Pela Resolução n.° 681, de 24 de abril de 1875, foi elevado à categoria de Comarca; esta disposição, todavia, foi revogada no ano seguinte pela Lei número 733, sem que se houvesse verificado a instalação. Novamente criada pelo Decreto n.° 23, de 30 de junho de 1893, a Comarca foi extinta a 5 de dezembro de 1905, em virtude do Decreto n.° 349 sendo restaurada, em 1906, em razão do Decreto n.° 386, de 10 de setembro. Fonte: Biblioteca IBGE

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