Como todas as Cidades brasileiras, Baixa Grande surgiu ao redor de uma Capela, às margens de uma estrada num ponto que servia de pouso aos viajantes e suas tropas. Contam os mais velhos, que o Sr. JOSÉ RIBEIRO SOARES e sua esposa D. ANA SOUZA SANTOS, moravam na Fazenda Moquém, na Freguesia de Santana do Camisão, (hoje Ipirá). Por volta do ano de 1843, D. ANA SOUZA SANTOS, já viúva, comprou a Fazenda Caís, para onde se mudou, desgostosa com o assassinato do marido, motivado por desafeto entre este e o Sr. JOSÉ GOUVEIA, da Província do Piauí de onde viera também o Sr. JOSÉ RIBEIRO SOARES. A sede da Fazenda Caís foi construída não muito distante da atual Cidade de Baixa Grande. D. ANA RIBEIRO SOARES tinha o costume de viajar anualmente (no mês de Setembro) para a vizinha Vila de Nossa Senhora das Dores de Monte Alegre, para pagar promessa a Nossa Senhora. Saia da Fazenda Caís com todos os seus e seguia para uma longa e cansativa viagem, passando pela Estrada Real de Camisão (atual Ipirá). Monte Alegre (atual Mairí) e Mundo Novo, naquela época já movimentada por tropas, pediu ao seu filho mais velho MANOEL RIBEIRO SOARES, Coronel da Guarda Nacional, (homem de elevada instrução e Político de renome) que erigisse ali uma Capela em louvor a Nossa Senhora. - "Tão bom de se fazer uma Capela aqui! Estou cansada de ir a Monte Alegre todo ano". Falou D. Ana ao seu filho. - Nesta Baixada, minha mãe? - Sim, nesta Baixa Grande, mesmo. D. Ana havia feito pouso neste local e ficou tão impressionada dele, que fez aquele pedido ao seu filho. Este não hesitou em executar a vontade da mãe. Reunindo escravos, animais e ferramentas, determinou a derruba da mata e a construção da Capela. Assim surgiu a Capela em louvor a Nossa Senhora das Dores, mais ou menos por volta dos anos de 1860 a 1861. Também coube ao Coronel MANOEL RIBEIRO SOARES, o início do Povoado e a construção das primeiras casas do Arraial de Baixa Grande. A Capela estava pronta, faltava apenas a Padroeira. Passando pela Fazenda alguns Padres Franceses que pediam donativos para a construção de um seminário em Salvador, D. Ana pediu-lhes que comprassem uma imagem de Nossa Senhora das Dores para a Capela construída lá na Baixa Grande. Algum tempo depois, chegava em Feira de Santana à imagem de Nossa Senhora, adquirida na França, pela quantia de Hum Mil Réis. D. Ana radiante de alegria, mandou buscá-la. O caixão que embalava a imagem de Nossa Senhora, foi transportado na cabeça dos escravos, a pé, de Feira de Santana até a Fazenda Caís, numa distância de aproximadamente 120 quilômetros. Não se sabe ao certo quantos dias levaram essa penosa viagem. Da Sede da Fazenda, a imagem foi levada, a pé até o Altar da Capela de Baixa Grande em procissão, num trajeto que durou dois dias. A Capela não podia ficar sozinha. Seu fundador tratou de construir Casas, trazer gente para morar ali e um Padre para assistir a Freguesia. Por ser devoto de Nossa Senhora da Conceição, preferiu que essa Santa fosse a padroeira do Povoado. Esta imagem também veio da França. A existência de uma Capela, a fertilidade do solo e o ponto de pouso de tropeiros que passavam pela região, atraíram famílias, vindas de fora. Em poucos anos o Povoado de Baixa Grande tinha se desenvolvido de tal forma, que se cogitou de criar uma Freguesia. Isso foi feito pela Lei Provincial nº. 1195 de 26 de Abril de 1872, quando o dito Arraial foi elevado a Freguesia. Consagrada a Nossa Senhora da Conceição de Baixa Grande. Muitas foram às famílias que contribuíram para a formação do Aglomerado humano que deu origem ao Município de Baixa Grande. A família Pamponet de origem Francesa, chegou aqui por volta do ano de 1852. Eram dois irmãos: ANTONIO FRANCISCO e MANOEL TEODORO PAMPONET, vieram da França expulsos por ocasião da Revolução Francesa na época de LUÍS XV. A família MIRANDA oriunda das lavras de Diamantina, (Lençóis), chegou no ano de 1873 o casal IGNÁCIO MIRANDA, sua esposa D. MARIA ROSA DE QUEIROZ MIRANDA e seus filhos. Ele grande comerciante, era homem calmo e paciente. Se alguém o perguntasse: - Seu Inácio, me vende isso...? Ele respondia com toda calma: - Deus me livre. A família BOAVENTURA, representada pelo Sr. MANOEL AUGUSTO BOAVENTURA natural de Almas (Atual Angüera), casou-se com D. UMBELINA PAMPONET, e residiu na Fazenda Caldeirão Encantado. A família JOSÉ PRESÍDIO FIGUEIREDO - ainda bem jovem, o patriarca da família estabeleceu-se em Baixa Grande vindo de Riachão do Jacuípe. Aqui se casou com D. ZEFINHA, era fazendeiro e proprietário da Fazenda Coqueiro. A família JOSÉ SABINO DA SILVA - casado com D. BELARMINA PAMPONET, foi grande comerciante. A colonização e o desbravamento de Baixa Grande deu-se graças a estas desbravadoras famílias que aqui chegaram e se dedicaram ao comércio, à agricultura e a pecuária. A população do Município resultou portanto do cruzamento de diversos grupos humanos: EUROPEUS, NEGROS E JUDEUS. EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE BAIXA GRANDE No ano de 1872 pela Lei Provincial nº. 1195 o Arraial de Baixa Grande foi elevado a Freguesia consagrada a Nossa Senhora da Conceição. O Município e a Vila de Baixa Grande foram criados pela resolução Provincial nº. 12.0502 em 17/07/1885 assinada pelo Presidente Dr. JOSÉ LUIZ DE ALMEIDA COUTO e também desmembrado do Município de Santana do Camisão. No ano de 1906 por perseguição política do Senador Abraão Cotrim, o Município de Baixa Grande foi suspenso de sua sede, transferida para o Povoado de Santa Luzia do Lajedo (atual Macajuba) com o nome de Vila de Capivari. MANOEL TEODORO, Farmacêutico, abriu uma drogaria em São Felix e ANTONIO FRANCISCO PAMPONET, por ser alérgico ao cheiro dos remédios, comprou aqui perto, a Fazenda Tingui. Passando um dia pela Fazenda Caís viu a beleza da moça, mandou pedi-la em casamento. De início o pedido foi rejeitado pelo fato do moço ser estrangeiro. Por influência de MANOEL RIBEIRO SOARES, o irmão mais velho de JOAQUINA, de quem o estrangeiro tornara-se amigo, o pedido foi aceito. O casamento aconteceu na Fazenda Caís no mês de Setembro de 1852. Desta união tiveram seis filhos: JOÃO BATISTA PAMPONET, proprietário da Fazenda Grande Vista, casado com D. SINHAZINHA que tiveram os seguintes filhos: MARIA apelidada de MARIQUINHA, esposa do Sr. GIL SUZART que tiveram os filhos: BIANOR PAMPONET SUZART, OTÍLIO, NAIR, ALMERITA, ZILDA AIDA E BALBINO. D. ELISA, esposa do Dr. BENJAMIM MOURA (médico). Tiveram os seguintes filhos: ESMERALDO, ÁUREA, SEMÍRAMES, MORENA, LIZÚ e ANÍBAL. D. UMBELINA, esposa do Sr. MANOEL AUGUSTO, proprietário da Fazenda Caldeirão Encantado, pais de ARTUR, AROLD, ANTENOR e ALMIRA. D. TIBURCIA, esposa do Sr. JOÃO CARNEIRO, pais de DONATO, LINDINHA, VALMIRA, DEJANIRA, DORALICE, DURVAL, DANIEL, SIZINHO e SIZÍNIO (gêmeos) e RAQUEL. D. IAZINHA, esposa do Sr. VICTOR CARNEIRO, não tiveram filhos. D. ALICE, esposa do Dr. CÉSAR RIBEIRO SOARES não tiveram filhos. Foi assim, que as duas famílias RIBEIRO SOARES e PAMPONET se uniram. Os PAMPONET foram proprietários da sesmaria Ema, em cujas terras foi fundada a Vila Orobó (atual Ruy Barbosa). Colaboração: Jaime Borges da Silva A família SABACK pelos anos de 1863, chegou aqui o Sr. JOAQUIM SABACK, acompanhado de sua esposa e uma comitiva de mais de sessenta pessoas vinda de Feira de Santana. Eram judeus, mal falavam Português e mascateavam miudezas. Por serem judeus eram discriminados e tratados como forasteiros. O velho RIBEIRO do Caís, como era conhecido MANOEL RIBEIRO SOARES, os recebeu e apoiou, cedendo alojamento para eles e sua mercadorias. Em 1910 restaurou-se o Município de Baixa Grande, desanexando o seu território do de Capivarí. A medida teve lugar devido à veemência com que os habitantes pugnaram pela integração dos seus direitos Políticos. Em 1912 Baixa Grande volta a distrito único. Nesse mesmo ano aconteceu a primeira eleição no Município tendo sido eleito o Sr. VICTOR CARNEIRO DA SILVA, que governou de 1912 a 1916. Em 1931, foi extinto novamente o Município de Baixa Grande incorporando ao território de Monte Alegre (Mairí), onde foi criada a Sub-Prefeitura de Baixa grande, até 1933. Nesse mesmo ano o Município foi desmembrado do de Monte Alegre (Mairí), e restaurado o Distrito Único, quando BIANOR PAMPONET SUZART foi eleito Prefeito, não vencendo o pleito devido à implantação do Regime Ditatorial de 1937, no Governo do Presidente GETÚLIO VARGAS. Em Agosto de 1942, era Governador da Bahia o Dr. JOSÉ JOAQUIM SEABRA, nesta ocasião foram desmembrados do Município de Monte Alegre (Mairí) os Arraiais de Pedras (Italegre) e Viração, anexando então ao Município de Baixa Grande. Por força da Lei nº. 628 de 30/12/1953, o Município de Baixa grande é Constituído pelo distrito de Baixa Grande. Fonte: cnm.org.br

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