Barbacena teve origem em pequeno aldeamento de índios Puris, formado por jesuítas junto às cabeceiras do rio das Mortes, no sítio denominado Borda do Campo pelas primeiras bandeiras que penetraram no território das Minas Gerais. Os indígenas, pertencentes a nação Tupi, habitavam a zona do campo, desde a Mantiqueira, e tinham por vizinhos, a leste, os Coroados, e, ao norte, os Carijós. Tendo vindo ao sul, espalharam-se pelas regiões de Queluz e Congonhas do Campo. Os últimos representantes desses aborígenes desapareceram em meados do século XVIII. Os primeiros povoadores da região foram paulistas e portugueses, procedentes, na maioria, de Taubaté. Transpondo a Mantiqueira pela garganta do Embau, hoje Cruzeiro, desbravaram os sertões e estabeleceram-se no território. Dedicaram-se de início a mineração e, em seguida, quando já se encontrava aberto o Caminho Novo, também chamado "das partes de São Paulo" ou do Rio Grande, a lavoura e a criação de gado. Essa empresa foi iniciada pelo Capitão Garcia Rodrigues Paes Leme, em 1698, e terminada com o auxílio de seu cunhado, o Coronel Domingos Rodrigues da Fonseca Leme, então já estabelecido na Fazenda da Borda do Campo. Como recompensa, receberam ambos vários títulos, privilégios e diversas sesmarias ao longo do Caminho Novo, por eles aberto. Como cobrador das entradas e provedor dos quintos, o Coronel Domingos Rodrigues da Fonseca Leme estabeleceu nas terras de suas sesmarias o Registro da Borda do Campo, depois chamado "Velho" e, mais tarde, "do Padre Manoel Rodrigues". Vendida a fazenda, em 1724, a Matias Domingos e a Francisco da Costa, retirou-se o Coronel Fonseca Leme para São Paulo, onde faleceu em 1738. A primitiva freguesia de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo foi criada em 1725, pelo quarto Bispo do Rio de Janeiro, Frei Antônio de Guadalupe. Foi seu primeiro vigário o Padre Luís Pereira da Silva e teve por sede provisória, até 1730, a Capela do Borda. Daí a sede da freguesia foi transferida para a chamada Igreja Nova, atual Matriz de Barbacena. A conclusão da Matriz data de 1764. Terminadas, porém, as primeiras obras, foi entregue ao culto a 27 de novembro de 1748. Em tôrno da Matriz foi-se formando, desde o início da construção, o antigo arraial da Igreja Nova. Por sua vantajosa posição comercial entre o Caminho Novo e o Velho, que ligavam Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso ao Rio de Janeiro, o povoado prosperou. Em 14 de agosto de 1791 foi elevado a categoria de vila pelo Governador da Capitania, Visconde de Barbacena - donde a denominação - , desmembrando seu território dos termos das vilas de São José e São João del Rei. No começo de sua verdadeira e gloriosa história Barbacena vê-se forçada a festejar a condenação dos Inconfidentes, mandando ainda o governo, para escarmento do povo, colocar em alta picota, nas vizinhanças da igreja do Rosário e a margem da antiga estrada real do Rio para Vila Rica, o braço direito de Tiradentes. Vem, logo depois, a reação e Barbacena sustenta, mesmo contra o Governo da Província, forte campanha pela permanência de D. Pedro em nossa Pátria. Em representação ao Príncipe Regente D. Pedro a 11 de fevereiro de 1822, a vila de Barbacena se propõe para Capital, sede da Monarquia portuguesa, então em crise , oferecendo-se os barbacenenses para lutar em defesa do Príncipe. Faz jus, por essa atitude, ao título de "nobre e muito leal", que mais tarde lhe é conferido pelo primeiro Imperador, por Alvará de 17 de março de 1823. Em 1833, converte-se em bastião de resistência à insurreição de Ouro Preto. É ali, em casa do Padre Manuel Rodrigues da Costa no Registro Velho, que se articula o movimento de 10 de junho de 1842. Mais tarde, participa vivamente das campanhas da abolição e da República, tornando conhecidas e respeitadas a cultura de seus eminentes filhos e suas tradições, tendências liberais e progressistas. Fazendas Históricas Segundo o professor José Cipriano Soares Ferreira. pertencem ao Município de Barbacena as seguintes fazendas históricas, algumas das quais de preciosas tradições: a da Borda, berço da primitiva paróquia de Nossa Senhora da Piedade, a do Registro Velho, que ainda conserva a imagem de Nossa Senhora do Pilar o velho missal e paramentos do Padre Manuel Rodrigues; a do Ribeirão (Estação de Vasconcelos), onde nasceram os inconfidentes Padre José Lopes e Coronel Francisco Antônio, a do Castelo, que foi do Padre Antônio da Silva Santos, irmão do Tiradentes; a da Cachoeira, que pertencera ao Brigadeiro José Vidal, a da Mantiqueira, que teve seu nome ligado a célebre quadrilha de salteadores e a história da Inconfidência, a da Caveira de Cima hoje Assistência a Alienados, na Estação de Sanatório, a qual recorda o nome e os feitos do infame delator dos patriotas de 1789. Alem das que trazem os nomes de ilustres barbacenenses: dos Moinhos, berço da família Armond, a da Conceição, no distrito de Livramento, onde nasceu o ilustre homem público, Dr. Crispim Jacques Bias Fortes; o sitio Cabangu, a margem da Estrada de Ferro Central do Brasil (hoje município de Santos Dumont), no qual nasceu Alberto Santos Dumont, o Pai da Aviação, e, finalmente, as vastas fazendas de criação da família Sá Fortes, introdutora do gado leiteiro de raça e propulsionadora da indústria de laticínios, no Estado de Minas.

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