Entre 1670 e 1680, a casa da Torre, cujo chefe era então o 2º Francisco Dias de Ávila Pereira, assentou uma fazenda de gado no ponto em que o rio Grande deságua no rio São Francisco. Situada na foz daquele afluente, foi logo apelidada de Fazenda da Barra do Rio Grande. Para evitar confusão com o rio Grande, antes assim batizado no Norte, acrescentou-se-lhe a indicação de do Sul. Religiosos franciscanos capuchos ou alcantarinos, que não devem ser confundidos com os capuchinhos, de 1680 à 1690, levantaram ali uma capela que, em honra do fundador da Ordem e homenagem ao então Senhor da Torre, ficou sendo de São Francisco das Chagas da Barra do Rio Grande do Sul, nome que perdurou até a elevação a cidade. Foi, portanto, também aldeamento de gentio manso catequizado pelos Frades. Pré-história: O território que viria a ser o município, abrangia enorme extensão. Ia do atual Pau da História, à margem esquerda do rio de São Francisco; rumo direito às serras que limitam Piauí e Bahia; descia pelas serras que separam Bahia de Goiás no oeste, até à nascente do rio da Carinhanha, cujo curso acompanhava limitando com Minas Gerais, até a foz no rio de São Francisco, e por este abaixo, até dar novamente no Pau da História. O São Francisco era o Pará ou Opara dos naturais; o rio Grande era o Iassu. Outros rios teriam a denominação indígena traduzida (rio Preto, rio Corrente, rio Arrojado, etc.) ou conservariam o nome primitivo (Icatu, Buriti, etc.). As terras tinham os diversos aspectos sabidos, dos "gerais" do oeste, as matas, as caatingas altas ou ralas, tabuleiros, areais, dunas, barrancos e arrecifes das margens, brejos e alagados, até trechos impróprios à vegetação, aqui e ali alteadas em serras. Tudo no município seria ligado aos rios, caminhos naturais, aos pastos nativos, às ilhas, junto dos currais. As madeiras forneceriam material de construção; a carnaúba seria elemento muito usado, por longos anos, a estípite para esteios e linhas e cercados; e a palha para cobertura de tetos. Cabe aos geólogos investigar a natureza íntima dos terrenos, como por exemplo, verificar se era viável que o rio Grande corresse por outro leito que não o atual, por trás da cidade. Importará também aos geógrafos o estudo dos riachos Icatu e Brejo da Serra, nascidos nas mesmas furnas de areias e correndo em sentido divergente, possuindo curso caprichoso e outras particularidades. Povoação - Conquistadas as terras, os moradores do arraial pediram à Coroa Portuguesa que se elevasse Barra do Rio Grande do Sul a povoação, para melhor defesa contra os acoroás da margem esquerda, e os mocoases, da direita, dos quais muitos ainda eram agressivos. Isto de 1680 à 1690. Cartas régias de novembro e dezembro de 1698 autorizavam a criação pedida, sendo rei Dom Pedro I. O governador Dom João de Lencastro foi incumbido de mandar proceder à instalação das povoações, entre elas, a da Barra. Assim, em 1699-1700 ficou sendo Povoação de São Francisco das Chagas da Barra do Rio Grande do Sul, como meio-julgado (distrito) da vila do Cabrobó, da Capitania de Pernambuco. A dúvida sobre se era da Bahia ou de Pernambuco foi resolvida em janeiro de 1715, pela Carta Régia que mandava entregar à administração pernambucana toda a margem esquerda do rio São Francisco, até o rio Carinhanha, continuando, porém, sujeita às justiças da cidade da Bahia até 1734, quando passou para a jurisdição da ouvidoria ou comarca da Jacobina. Os povoadores vinham do norte (Piauí), do leste (Pernambuco), da margem direita, do sul (como paulistas e mineiros) que preferiram ficar na Barra. Apareceriam também elementos holandeses e flamengos (Vanderlei, Hendel), italianos (Mariani, Leoni), talvez espanhóis (Bueno). A introdução do elemento africano deu início à povoação. Terras apropriadas para o cultivo da cana-de-açúcar aconselhariam o braço escravo negro, dada a resistência do gentio à servidão e sua incapacidade para a vida sedentária. Contam que uma só leva de pretos era seiscentos. Não só a lavoura, mas até o criatório estaria melhor com os pretos. Certo é que ao raiar do século dezoito, toda aquela extensão territorial estava virtualmente devassada, o que se verifica da Carta Régia de criação da vila, em 1752 e da Ata de Instalação (1753), que citam as várias regiões da jurisdição. Isto não impediu, que ainda hoje, haja trecho onde o homem civilizado ainda não pôs o pé. Em 25 de maio de 1854, o Papa Pio IX, por Decreto Consistorial, fazia passar para o Arcebispado da Bahia as freguesias da Província que ainda obedeciam ao Bispo de Olinda, entre elas, Barra. Passava o território assim, inteiramente, à órbita baiana. Os Vigários da Barra eram Forâneos ou da Vara, por ser a freguesia sede de comarca eclesiástica, até 1894. O primeiro Bispo que viu a vila da Barra foi Dom Frei Tomás de Noronha, Carmelita, nomeado por Dom Pedro I para Olinda e que, com autoridade de Administrador, desceu o rio de São Francisco. Criado o Bispado de Barra, em 1913, foi seu primeiro Bispo D. Augusto Álvaro da Silva, investido no cargo à 22 de novembro de 1915, elevando a matriz à categoria de catedral. O Município de Barra, era predominantemente rural. Seus arquivos estão bem conservados; enquanto que, outras localidades são-franciscanas têm a história interrompida pela destruição de preciosos documentos. Da instalação da vila em diante, o Arquivo Municipal conserva os relatos das correções, dos quais constam entendimentos reveladores de liberdade de expressão, por vezes em linguagem pitoresca. O Município de Barra concorreu com gente de armas para combater as insurreições de Pernambuco e a Balaiada do Maranhão, conjuntamente com Campo Largo e Santa Rita, seus satélites. Entre 1891 e 1912, acentuou-se a influência da cidade de Barra, centro de movimento comercial e social, dada a sua posição geográfica no Estado da Bahia, passagem forçada de quem viajasse pelo rio São Francisco no seu curso médio, e ademais, ponto de trânsito das boiadas de Goiás, Piauí e também do Maranhão. Fonte: cnm.org.br

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