O historiador Aurélio Pinto afirma que o vale do Taquari, no princípio do século XVII, era habitado por índios Tapes. Supõe-se que o primeiro homem civilizado a "visitar" Bom Retiro do sul tenha sido o Padre Cristóvão Mendonça, por volta de 1633/34, alcançando estas paragens por via fluvial proveniente das reduções de Jesus Maria e São Cristóvão, no vale do Rio Pardinho. A data de fundação do núcleo colonial de Bom Retiro do Sul é de 15 de março de 1887, quando Jacob Arnt adquiriu de Adolfo Ribeiro a primeira colônia, sendo passada a respectiva escritura no primeiro notariado da cidade de Taquari. Dois anos mais tarde, Cristiano Fett adquiriu meia colônia. Antônio Israel Ribeiro, Henrique Arnt, Jacob Arnt e Jorge Fett compraram mais colônia de propriedade de Adolfo Ribeiro, sendo essas divididas em terrenos e chácaras , marcando a fundação do povoado. Foi elevado à categoria de 2º distrito de Taquari, por Ato nº11, de 05 de dezembro de 1895. O primeiro prédio construído na atual cidade de Bom Retiro do Sul foi destinado a um trapiche comercial (armazém), que recebia por via terrestre a carga, a qual era transportada através de barcos até Porto Alegre. No segundo prédio, mandado construir por Frederico Arnt, foi instalada uma casa comercial. As Fazendas O pesquisador, Cônego Hilckmann, cita várias fazendas no território de Bom Retiro do Sul, cujos proprietários seriam de origem lusa e que tiveram sua importância econômica, social e política, como por exemplo, durante a Revolução Farroupilha. O taquariense General David Canabarro registrou, em 1838, a importância das Fazendas de Louzada, no fornecimento de farinha para o exército farrapo. Além dessas fazendas, citam-se outras, mais antigas, como: Fazenda Geraldo Castano Pereira, defronte a ponte de Vila Mariante; Fazenda Capitão Miguel, pertencente a Manoel Rodrigues Ramos; Fazenda dos Barros, fundada por Antônio Israel Ribeiro; Fazenda Gomes, estabelecida por Manoel Bittencourt, no Morro dos Gomes que ao terminar a construção de sua casa, partiu para a Guerra do Paraguai, porém, ainda hoje existe a casa grande. Mais recentemente, foram se estabelecendo outras fazendas, como: Fazenda Aurora, à margem direita do Capivara; Fazenda Chico Mathias, fundada pelo Tenente Francisco Mathias de Souza e Ávila, situada à margem do arroio Capivava. Fazenda Juliana, cujo nome se deve a Juliana Maria de Menezes, esposa de Valeriano Francisco de Souza. Desde então, a fazenda e a casa grande continuam na família, sendo passada adiante por herança. Além dessas grandes fazendas existiam algumas menores tais como: Fazenda Espanhola: Nesta fazenda, até há poucos anos, havia em completo abandono, restos do velho sobrado que fora sede da mesma. Ficava situada a beira do rio, entre a Fazenda Geraldo e a Fazenda Capitão Miguel. Fazenda dos Silva Jorge. Foi uma das fazendas mais antigas. Ficava localizada entre as Fazendas Capitão Miguel e Pedreira. Foi fundada Por Manoel da Silva Jorge, que era casado com dona Antônia Maria de Bittencourt, pais do Barão de Antonina e Barão de Ibicuí. O antigo e consagrado historiador Otelo Rosa certa vez escrevendo sobre os Barões de Taquari, nos fala nesse humilde casal que, ao certo, nunca sonhou que dois de seus filhos iriam ser Barões; João da Silva Machado, Barão de Antonina, e Francisco de Paula e Silva, Barão de Ibicuí. O Barão de Ibicuí foi o pai do General Fermino de Paula, valente comandante de uma divisão das forças legais na Revolução Federalista de 1893. Tendo parte ativa no princípio da Revolução de 1923, comandou também uma coluna das forças legais. Fazenda dos Maria: Localiza-se no Faxinal dos Maria (Pedreira dos Maria) nas proximidades das Fazendas Geraldo e Espanhola, fundada pelo português João Antônio Maria, Senhor de muitas terras e muitos escravos. Origem dos Nomes A origem do nome de Bom Retiro do Sul provém de um morro que se prestava admiravelmente para, com facilidade, reunir o gado da fazenda a fim de dar-lhe sal. Como a natureza havia talhado aquele recanto para esta finalidade, chamaram-no de "Bom Retiro", o que veio a dar o nome, mais tarde, a todo o distrito. Há também quem diga que este nome tenha sido dado em homenagem ao Doutor Luiz Pereira de Couto Feraz, Visconde de Bom Retiro, parlamentar e ministro do Império do Brasil, falecido em 1886. A 1º de janeiro de 1945, por força da lei que proibia as denominações geográficas homógrafas, o nome foi mudado para Inhandava, palavra indígena que significa "Águas que correm". Mais tarde, por imposição do povo que não se agradou, e por iniciativa do Legislativo Municipal, na pessoa do então vereador, Sr. Álvaro Haubert, a vila voltou a chamar-se Bom Retiro, desta vez com o acréscimo de "do Sul", por força da Lei Municipal nº 59 do dia 28 de abril de 1949. O 1º subprefeito de Bom Retiro do Sul foi o Sr. Luiz Lauter e o 1º subintendente foi o Sr. Henrique Arnt. Criação da Comunidade Evangélica Em 1892, reuniram-se os moradores deste município, para construírem uma casa própria que servisse para culto e aula. Esta foi construída em frente ao porto de navegação Arnt e nela foi celebrado o primeiro culto pelo então pastor de Teutônia, Sr. Henrique Bekmann, no dia 1º de junho de 1892. Em 1º de junho de 1904, foi empossado o 1º pastor desta comunidade, o senhor Henrique Bargemann, pelos pastores Beckmann e Hennig , com assistência de todos os sócios. Em 14 de agosto de 1904, foi deliberada a compra de seis terrenos para a construção da igreja. A pedra angular foi colocada em 15 de novembro de 1905, sendo a obra terminada em 1907. A Ordem Auxiliadora foi fundada pelas senhoras em 1925. A essa entidade religiosa muito se deve pelos serviços prestados à nossa população. Neste mesmo ano foi construída a Casa Paroquial. A construção da torre foi iniciada em 1949 e em 1950 a mesma foi inaugurada. Em 15 de novembro de 1664, foi colocado o relógio na torre, graças aos auxílios recebidos dos sócios da comunidade. Criação da Primeira Capela Católica Em 28 de fevereiro de 1895, o Sr. Jacob Arnt doou um terreno para nele ser construída uma capela católica. Uma provisão da Cúria Diocesana, datada de 28 de novembro de 1896 concedeu licença para erigir a capela "Sagrada Família". A 27 de dezembro de 1897 foi benta e colocada a pedra fundamental da igreja , pelo Padre Bernardo Bolle. No dia 22 de janeiro de 1929, foi criada a paróquia de Bom Retiro, sendo nomeado o 1º pároco o Padre Albino Eugênio Malmann. A Navegação A navegação no Rio Taquari deve ter iniciado em meados do século anterior, pois, pelo ano de 1840, o senhor Louzada - Barão de Guaíba - já possuía uma verdadeira frota de botes, lanchões e canoas movidos a remo e a vela, com os quais se comunicava com o comércio de Porto Alegre, onde vendia os produtos de suas fazendas. Na década de 1870, um certo senhor João Teixeira, indivíduo bastante curioso e analfabeto, muito amigo de ouvir e dizer pilhérias, com um linguajar cheio de "promovas e haveras", finalmente, um tipo original, possuía também um bonito e possante lanchão chamado Flor do Taquari, que transportava produtos coloniais, oriundos do comércio de Estrela à Taquari, para Porto Alegre. Na volta vinha carregado de mercadorias para os antigos comerciantes destas localidades. Deve-se notar, portanto, que foram Louzadas e João Teixeira os decanos da navegação no Rio Taquari, naqueles primitivos tempos. Com o passar dos anos, foi progredindo cada vez mais o número de pequenas embarcações particulares que faziam o transporte dos produtos do Alto Taquari para a capital do Estado. No início deste século já existia a Companhia de Navegação Arnt, que possuía diversas embarcações de pequeno porte, com grande movimento comercial. Em 1914 foi, por esta Companhia, iniciou a navegação do primeiro barco-a-vapor para a condução de passageiros. No decorrer dos anos a navegação foi aumentando, até que no ano de 1920 a 1940, chegou a atingir um movimento jamais esperado. A companhia Arnt tornou-se a pioneira: possuía em atividade cinco vapores, nove gasolinas, dez chatas e trinta embarcações pequenas. Dessas, cito vapores que, além de mercadorias, conduziam também passageiros. Quatro eram luxuosos, como o Itália, o Osvaldo Aranha e o Porto Alegre, que era o maior de todos e só fazia a rota de Taquari a Porto Alegre. Existia a Navegação Faller, com duas possantes gasolinas, a Teutônia e a Sereia que, além de produtos comerciais, transportava também passageiros, bem como a Companhia de Navegação Liberdade, de Pedro Isírio. Essas três companhias possuíam porto próprio, com armazéns comerciais de grande movimento em Bom Retiro. Existiam, ainda, outras companhias menores e também barcos particulares que movimentavam o nosso rio, como a gasolina Fandango, pertencente à família Jasper. A última Companhia de Navegação existente foi a de Nitzk e Görgen que possuía um movimentado armazém e a gasolina Taquara, que transportava passageiros. Após houve o fechamento dos portos, por um longo período. Em 1959 foi iniciada a construção da Barragem Eclusa, cujas obras foram paralisadas por 10 anos, reiniciadas em 1969 e concluídas em 1977. A partir de sua inauguração, a navegação voltou a movimentar o rio. Construída sobre o Rio Taquari, é veículo de progresso, alcançando 432 quilômetros navegáveis, a partir do porto de Rio Grande ao Vale do Taquari. Mensalmente passam 150 barcos, conduzindo em média 60.000 toneladas de produtos. Fonte: cnm.org.br

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