Na segunda metade do século XVII, mais precisamente no ano de 1665, o baiano Antônio de Oliveira Ledo, funda juntamente com outros civilizados a vila de Boqueirão na Serra Carnoió, sendo assim, os primeiros colonizadores que chegaram ao atual município de Cabaceiras. Através dos tempos perdurou uma historia que se transformou em lenda de que o capitão Pascoal de Oliveira Ledo, mulato e vaqueiro da casa da Torre, sobrinho bastardo de Antônio de Oliveira Lêdo, apaixonou-se na Bahia por uma moça de família tradicional e cheia de preconceitos, o que era próprio da época. Dizem alguns historiadores que a referida donzela era sobrinha ou filha de criação de um fidalgo de Tatuapara. Como os pais da bem amada não queriam nem ouvir falar em semelhante casamento, os apaixonados resolveram fugir a cavalo, na calada da noite, mas, os cachorros da fazenda denunciaram a premeditada fuga. Alarmada a família, os homens acenderam archotes e saíram em perseguição aos fugitivos amantes. Numa carreira sem precedentes, parando apenas para trocar de cavalo, os namorados fujões conseguirão atingir, na terceira noite, a margem direita do rio São Francisco. Diz ainda a lenda que neste momento, por haver um elevado número de pessoas na beira do rio, Pascoal disse para os curiosos que ia levar um tição aceso que seria levantado bem alto. Se não apagasse, era porque teria alcançado a outra margem do rio. Caso contrario, ou seja, se ele apagasse era o sinal de que teria morrido afogados. Chicoteando seu cavalo, entrou na água com a doce amada na garupa e quando se encontrou no meio do rio, deixou cair o mencionado tição. Horas depois, quando os perseguidores que vinham em seu encalço chegaram, deram-lhes a notícia, de que o casal de namorados havia sido tragado palas águas barrentas do Velho Chico. Na realidade, eles estavam vivos... Muito bem vivos. Atravessaram o atual estado de Pernambuco pela Ribeira de Moxotó, escalaram os contrafortes da Serra da Borborema, chegando até Boqueirão, onde já se encontrava estabelecido o seu tio Antônio de Oliveira Ledo, que lhes ofereceu guarida. Quando os familiares da moça descobriram toda verdade, não quiseram fazer "justiça" como era comum naquela época porque os Oliveira Ledo eram então, na Paraíba, grandes latifundiários, portanto bastante ricos. Enfim a descendência numerosa daquele casal de apaixonados aventureiros, espalhou-se por todo o sertão paraibano, onde ainda hoje, a bonita e emocionante história de seus amores é cantada em versos e em prosa pelos recônditos lugares da região. Vale salientar que, segundo o renomado Coreolano de Medeiros, o nome de Pascoal de Oliveira Ledo, andou muito na história, confundido com um outro parente seu, mais afortunado, Pascácio de Oliveira Ledo dono da fazenda onde hoje está localizado o município de Cabaceiras. Dando prosseguimento a nossa história, no ano de 1730, Pascácio vendeu uma parte da fazenda Cabaceiras ao capitão Antônio Ferreira Guimarães e a outra ao tenente Domingos de Farias Castro, seus dois genros. À parte que coube ao tenente Farias Castro chamava-se Bertioga e a outra, denominada Passagem pertenceu ao capitão Ferreira Guimarães. A povoação elevou-se à categoria de Vila com a designação de Vila Federal de Cabaceiras, pela resolução do Conselho do Governo, de 21 de julho de 1834, confirmada por Lei Provincial nº 11 de 04 de junho de 1835, tendo sido instalada no dia 31 de agosto do mesmo ano. Governava então a Paraíba, o Dr. Manoel Carneiro da Cunha, no exercício da Presidência. A sede municipal foi transferida para a povoação de Bodocongó, por Lei Provincial de nº 134, de 25 de outubro de 1864 e para Barra de São Miguel por Lei Estadual de nº 166, de 10 de julho de 1900, sendo restabelecida a sede em Cabaceiras por Lei Estadual nº 264, de 17 de setembro de 1907 até os dias atuais. Seu primeiro Juiz Municipal foi o Dr. Pais Barreto, em 1935 e seu primeiro Juiz de Direito, Dr. João Lopes em 1924. Extinta a Comarca no ano de 1929, foi novamente criada em 1940, pelo disposto no Decreto-Lei Estadual nº 39, do dia 10 de abril, com um só termo e mesmo nome, sendo desmembrada da Comarca de Campina Grande. Cabaceiras seria o arquivo da colonização do interior da Paraíba, se não houvesse sido por diversas vezes assaltada. Os "Quebra-quilos", movimento que teve origem em Campina Grande, atacaram-na em 1874, queimaram-lhe os arquivos e atiraram todos os pesos e medidas decimais no poço de Emiliano, formado pelo Riacho Macambira e Riacho de Chico Félix, no Rio Taperoá. Também invadida pelo cangaceiro Antônio Silvino e seu bando, no ano de 1910, quando o prédio da Cadeia Pública, construído intendente Manoel Melchiades Pereira Tejo, foi encendiado. Segundo o quadro administrativo do país, vigente em 31 de dezembro de 1955, o município era composto de sete distritos: Cabaceiras (sede), Alcantil, Bodocongó, Carnoió, Caturité, Potira e Riacho de Santo Antônio. Carnoió foi emancipado através da Lei nº 2.078 de 30 de abril de 1959, passando a se chamar Boqueirão, fazendo parte se seu território também, os distritos de Alcantil, Bodocongó, Caturité e Riacho de Santo Antônio. Com relação a Potira, o seu nome foi mudado para Barra de São de Miguel, tendo sido emancipado pela Lei de nº 2.623 de 14 de dezembro de 1961. Recentemente em 1994 de acordo com a Lei nº 5.903 de 29 de abril, o distrito de São Domingos passa a ser município autônomo com a denominação de São Domingos do Cariri. Atualmente o nosso município tem apenas um distrito: o de Ribeira. Onde se localiza a Arteza. Fonte: FAMUP

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