Em 1635, Feliciano Coelho de Carvalho ancorou sua caravela na primeira porção de terra firme da margem esquerda do Tocantins. Encontrou a tribo dos Camutás já pacificada pelo Frei Cristovão de São José e em 24 dezembro fundou a vila Viçosa de Santa Cruz do Camutá, a primeira cidade no baixo rio Tocantins. Mais de três séculos e meio depois, Cametá é um dos portos mais importantes do Pará. O município de Cametá é o mais antigo e tradicional dos baixos rios do Tocantins, pela sua importância histórica empresta seu nome à antiga microrregião de Cametá. Com uma história interessante, Cametá passou recentemente a categoria de Patrimônio Histórico Nacional pela lei nº 7537, de 16 de setembro de 1986 pela sua notável tradição histórica. Tão logo é fundada Belém, as atenções dos colonizadores portugueses voltam-se para a zona do rio Tocantins, mesmo porque franceses e holandeses já tinham se estabelecido no nordeste e feito o reconhecimento para exploração desta região. Com a expulsão dos estrangeiros intensificou-se a colonização na região para que a Coroa Portuguesa não perdesse território em função do Tratado de Tordesilhas. Assim sendo, começa a colonização do Tocantins, mais de um século após o descobrimento do Brasil e Cametá é a segunda localidade fundada no Pará. As primeiras incursões são dos padres jusuítas, que no se afã catequético avançam aos mais longínquos e inóspitos rincões. Deste modo, novo governador do Maranhão e Grão-Pará, Jerônimo e Alburquerque incumbe os padres capuchos de Santo Antônio da catequese do gentio no território que governa. Por estas plagas habitavam os índios Camutás, possivelmente uma tribo pertencente à grande nação Tupinambá, pois utilizavam o Tupi como idioma. Saliente-se ainda que essa língua já foi a mais falada nessa região, tanto que ficou registrado no toponímia local. O primeiro sacerdote a realizar o trabalho de catequese por estas plagas foi Frei Cristovão de São José. Por aqui ele aportou por volta de 1617 numa faixa de terra que é a primeira porção de terra firme às margens do Tocantins - Cametá-Tapera. Imediatamente entrou em contato com a tribo dos Camutás, conhecidos como hábeis remadores em montarias e exímios caçadores. Depois de árdua catequese conseguiu arrebanhar os índios para a cricunvizinhança de uma ermida às margens do rio, isso ocorreu por volta de 1620, originando-se assim o primeiro povoamento do baixo rio Tocantins. Essa povoação serviria posteriormente como alicerce para a donataria de Feliciano Coelho de Carvalho. A donatária de Camutá foi concedida a Feliciano Coelho de Carvalho por ato do governador do Maranhão e Grão-Pará Francisco Coelho de Carvalho que em 14 de dezembro de 1633 doou para seu filho a vasta capitania que cobria todo o vale do rio Tocantins. Que a palavra Cametá é de origem tupi dúvidas não há, diferem portanto, algumas interpretações. Por isso, cumpre-se arrolar algumas delas: segundo Jorge Hurley, deriva de caá - mato, floresta e mutá ou mutã - espécie de degrau ou "palanque" instalado em galhos de árvore feitos pelos índios para esperar a caça ou para morar. Para Carlos Roque, o significado literal de Cametá é "degrau do mato" , abanado inclusive por Victor Tamer, pois derivaria de Camutá. Luiz Tubiriçá, trata o vocábulo como derivado de caá + mytá - choupana suspensa em árvore para espera de caça. No Dicionário Toponímico da Microrregião do Camutá acrescentamos ao significado de Jorge Hurley, o hábito dos índios Camutás de construírem sua habitações tão altas quanto as árvores, ou quem sabe até nas copas destas. Formação Administrativa Distrito criado com a denominação de vila Viçosa de Santa Cruz de Camutá, em 1635. Elevado à categoria de vila com a denominação de Viçosa de Santa Cruz de Camutá, em dezembro de 1635. Elevado à condição de cidade e sede do município com a denominação de Cametá, pela lei provincial nº 145, de 24-10-1848. Pela lei provincial nº 228, de 20-12-1853, é criado o distrito de Mocajuba e anexado ao município de Cametá. Pela lei 707, de 05-04-1872, de desmembra do município de Cametá o distrito de Mocajuba. Elevado à categoria de município. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de 9 distritos: Cametá, Puraru, Tamanduá, Joroca, Limoeiro, Curuçamba, Maú, São Benedito e Providência. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede. Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído de 10 distritos: Cametá, Carapajó, Conceição, Curuçambaba, Joroca, Juaba, Limoeiro, Providência, São Benedito e São Raimundo dos Furtados. Pelo decreto-lei estadual nº 2972, de 31-03-1938, são extintos os distritos de Conceição, Limoeiro, Providência, e São Domingos dos Furtados sendo seus territórios anexados ao distrito sede de Cametá, e o distrito de São Domingos dos Furtados anexados ao distrito de Juaba. Pelo decreto-lei estadual nº 3131, de 31-10-1938, o distrito de Limoeiro passou a denominar-se Joana Coeli. No quadro fixado, para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 6 distritos: Cametá, Carapajó, Curuçambaba, Joana Coeli ex-Limoeiro, Juaba e São Benedito. Pelo decreto-lei estadual nº 4505, de 30-12-1943, o distrito de São Benedito passou a denominar-se Moiraba. Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 7 distritos: Cametá, Carapajó, Curuçambaba, Joana Coeli, Juaba, Moiraba e São Raimundo dos Furtados. Em divisões territoriais datadas de 1-VII-1955, o município é constituído de 7 distritos: Cametá, Carapajó, Caruçambaba, Joana Coeli, Juaba, Moiraba e São Raimundo dos Furtados. Pelo acórdão do Superior Tribunal Federal de 04-10-1955, é extinto o distrito de São Raimundo dos Furtados, sendo seu território anexado ao distrito sede de Cametá. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 6 distritos: Cametá, Carapajó, Curuçambaba, Joana Coeli, Juaba e Moiraba. Pela lei estadual nº 2460, de 29-12-1961, é criado novamente o distrito de São Raimundo dos Furtados com terras desmembradas do distrito sede de Cametá e anexado ao município de Cametá. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 7 distritos: Cametá, Carapajó, Curuçambaba, Joana Coeli, Juaba, Moiraba e São Raimundo dos Furtados. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 31-XII-1968. Pela lei estadual nº 4606, de 12-12-1975, é criado o distrito de Vila do Carmo do Tocantins é anexado ao município de Cametá. Em divisão territorial datada de 18-VIII-1988, o município é constituído de 7 distritos: Cametá, Carapajó, Curuçambaba, Joana Coeli, Juaba, Moiraba e Vila do Carmo do Tocantins. Pela lei , é criado o distrito de Areião, e anexado ao município de Cametá. Em divisão territorial datada de 15-VII-1997, o município é constituído de 8 distritos: Cametá, Areião, Carapajó, Curuçamba, Joana Coeli, Juaba, Moiraba e Vila do Carmo do Tocantins. Em divisão territorial datada de 15-VII-1999, o município é constituído de 8 distritos: Cametá, Areião, Carapajó, Curuçambaba, Joana Coeli, ex-Joana Coeli, Juaba, Moiraba e Vila do Carmo de Tocantins. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005. Gentílico: cametaense Fonte: Biblioteca IBGE

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