Cavalcante é uma das cidades históricas de Goiás. Surgiu em 1740 como vila, e seu fundador foi Diogo Teles Cavalcante. Em 11 de novembro de 1831, por decreto, passou a ser distrito (e se emancipou pela Lei Provincial nº 14, de 23 de julho). Construído entre serras e morros, o município nasceu graças à grande quantidade de ouro existente em seu solo. Foram longos anos da exploração desse metal, mas com o passar do tempo, o ouro foi se acabando e a cidade só conseguiu se manter devido ao esforço de alguns habitantes. Por volta do ano de 1860, Cavalcante foi grande produtor de trigo de primeiríssima qualidade. Em 1861, o Estado de Goiás exportou 777 alqueires (antiga unidade de medida para designar pesos equivalentes a quatro quartos (36,27 litros) de farinha de trigo, 512 dos quais foram só de Cavalcante. Esta farinha figurou em primeiro lugar na Exposição Internacional de Filadélfia (EUA). Assim como passou a fase do ouro, passou também o período do trigo. Em 1969, surgiram novos garimpeiros acreditando na existência do ouro nas velhas minas abandonadas. Os irmãos Lázaro Roberto Silva, Cyro Batista Silva e Adalberto Batista da Silva resolveram iniciar o trabalho do garimpo nessas minas. Depois de anos de trabalho árduo, o ouro começou a ressurgir entre os cascalhos. Somente a partir de 1974 os irmãos começaram a comercializar e a exportar o ouro. Cavalcante, situada no nordeste goiano, apresenta a considerável área de 6.953 km². A cidade localiza-se na Chapada dos Veadeiros, na Serra Geral do Paranã, ponto mais alto do Planalto Central. No município encontra-se uma das poucas comunidades negras descendentes de escravos fugitivos, um quilombo, que é a região dos Kalunga, onde o acesso é bastante difícil e feito quase que exclusivamente no lombo de um burro. O território kalunga possui 204.000 hectares. Os Kalungas têm assistido à invasão de seu território, nas últimas décadas, por projetos agrícolas, mineração, construção de hidrelétricas e por especuladores que, por meio de ameaças, propostas de vendas e outras formas de constrangimento, querem se apropriar de suas terras. Diante deste quadro, Goiás torna-se o primeiro estado brasileiro a colocar em prática o dispositivo da Constituição (parágrafo 5º do artigo 21) que determina o tombamento de sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos. Por meio de lei aprovada em 10 de janeiro de 1991 e sancionada pelo então governador do Estado, o território kalunga foi caracterizado como Patrimônio Cultural e sítio de valor histórico. A nação kalunga, assim considerada por possuir uma raça unificada e um sistema sócio-econômico e político com características próprias, possui uma população em torno de 3.500 habitantes distribuídos por cinco núcleos de maior importância: Vão do Moleque, Ribeirão dos Bois, Vão das Almas, Contenda e Kalunga, e por uma centena de pequenas outras localidades. "Os Kalungas praticam a agricultura como atividade de subsistência e participam do mercado regional. Eventualmente como empregados, ou vendendo e trocando produtos agrícolas. A organização social sem classe e a posse da terra se baseiam nos grupos familiares". (Revista Ciência Hoje v. 13 nº 75/julho 91). "A vida do kalunga obedece uma ordem social solidária, ser cidadão-kalunga, isto é, morador-kalunga, pressupõe a posse de todos os bens, a mata, os animais, a casa, a roça, kalunga é um lugar onde não existe a liberdade de passar fome, chorar sozinho e viver em solidão. As crianças são amadas e cuidadas, os velhos são respeitados e podem transmitir sabedoria e cultura. Em simbiose com a natureza sacralizam a terra e não destroem o meio ambiente. Sua filosofia e literatura estruturam o saber e, ciosamente guardadas pela memória coletiva, são repassadas às crianças e jovens". (Baiocchi, Mari de Nasaré. Kalungas, os ipês ainda florescerão. O Popular 16/09/90). Formação Administrativa Elevado à categoria de vila com a denominação de Cavalcante, por Decreto de 11-11-1831. Constituído do Distrito Sede. Instalado em 30-03-1938. Freguesia criada com a denominação de Cavalcante, por Lei Provincial nº 14, de 03-07-1835. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 3 Distritos: Cavalcante, Moinho e Nova Roma. Nos quadros de Apuração do Recenseamento Geral de 01-IX-1920, o município é constituído de 4 Distritos: Cavalcante, Moinho, Nova Roma e São Domingos. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 5 Distritos: Cavalcante, Lajes, Nova Roma, São Domingos e Veadeiros. Menos o Distrito de Moinho não temos documentos que prove sobre o desaparecimento do distrito. Pelo Decreto-Lei Estadual nº 557, de 30-03-1938, o Distrito de São Domingos do Café passou a denominar-se Cafelândia. Pelo Decreto-Lei Estadual nº 1233, de 31-10-1938, o Distrito de Lajes foi extinto, sendo seu território a fazer parte do Distrito Sede de Cavalcante. No quadro fixado para vigorar no período de 1949/1953, o município é constituído de 4 Distritos: Cavalcante, Cafelândia, Nova Roma e Veadeiros. Pelo Decreto-Lei Estadual nº 8305, de 31-12-1943, o Distrito de Cafelândia passou a denominar-se Araí e o Distrito de Nova Roma a denominar-se Guataçaba. No quadro anexo para vigorar no período de 1944/1948, o município é constituído de 4 Distritos: Cavalcante, Araí, Guataçaba e Veadeiros. Pela Lei Municipal nº 2, de 21-01-1949, o Distrito de Guataçaba voltou a denominar-se Lajes. Pela Lei Estadual nº 355, de 30-11-1949, o Distrito de Guataçaba voltou a denominar-se Nova Roma. Pela Lei nº 808, de 12-10-1953, desmembra do Município de Cavalcante os Distritos de Veadeiros e Nova Roma para formar o novo Município de Veadeiros. Pela Lei Municipal nº 6, de 20-08-1955, o Distrito de Lajes passou a denominar-se Colinas. No quadro fixado para vigorar no período de 1954/1958, o município é constituído de 2 Distritos: Cavalcante e Colinas. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960. Pela Lei Estadual nº 7042, de 26-06-1968, é criado o Distrito de Teresina de Goiás e incorporado ao Município de Cavalcante. Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 3 Distritos: Cavalcante, Colinas e Teresina de Goiás. Pela Lei Estadual nº 10403, de 30-12-1987, desmembra do Município de Cavalcante o Distrito de colinas do Sul (ex-Colina). Elevado à categoria de município. Pela Lei Estadual nº 10449, de 14-01-1988, desmembra de Cavalcante o Distrito de Teresina de Goiás. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 1-VI-1995, o município é constituído do Distrito Sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de14-V-2001. Gentílico: cavalcantense Fonte: agepel.go.gov.br Fonte: Biblioteca IBGE

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