Terra plana, cerrado, mato e campo, córregos e rios, era tudo o que havia. Árvores tortas e muito capim flecha. Veados e antas, tamanduás e onças, emas e seriemas eram os habitantes. Todo o planalto sul goiano tinha essa paisagem natural de centenas de anos; terra virgem, a não ser por alguns poucos desbravadores que sabiam manejar a vastidão dos cerrados, para dele tirar pastagens para o seu gado. Terra de muita história e de muitas estórias contadas ao pé do fogão a lenha, mas uma terra de pouca transformação nos últimos séculos, desde a chegada dos primeiros exploradores. Terra de pouco valor até o surgimento da agricultura mecanizada e da correção artificial do solo. Terra que foi até desprezada por alguns. Outros, no entanto, com visão do futuro, dedicação e trabalho, investiram sua vida nesta terra. Foi o caso de Alberto Rodrigues da Cunha, que vislumbrou Chapadão do Céu antes mesmo de existir sequer uma estrada no local. Com perseverança ele continuou a investir no cerrado. Abrindo estradas, formando fazendas e finalmente formando a estrutura básica de uma futura cidade. Desbravando o cerrado As terras que compõem hoje o município de Chapadão do Céu, o Parque Nacional das Emas, parte dos municípios de Mineiros, Serranópolis e Aporé, num total de aproximadamente 250 mil hectares, na época parte do município de Jataí, GO, pertenciam, por direito de posse à família Garcia, desde os meados do século XVIII, documentados na década de 1890. Parte dessa área, transmitida de geração a geração, passou a Amélia Garcia Cunha, que delegou a seu filho Alberto a administração de seus bens. Alberto Rodrigues da Cunha esteve pela primeira vez na região em 1946, aos 19 anos de idade. Na época, os habitantes dessa área se limitavam aos tios Filogônio Garcia, que morava na sede da Fazenda Formoso, Flávio Garcia na Fazenda Perdizes e os responsáveis pelos retiros da Fazenda Formoso: Teixeirinha, no Quero-Quero; Tobias, no Santa Fé (atual Fazenda Alto Formoso) e Jerônimo Simão no Marroais (atual Fazenda Santa Amélia). Em 1947 Alberto mudou-se para a Fazenda Santa Amélia, então retiro Marroais, onde construiu sua primeira casa, de pau-a-pique, coberta de capim. Ali ele plantava roça para sua alimentação e recriava garrotes, que comprava na região de Jataí, Mineiros e Alto Araguaia e vendia em Araçatuba e São José do Rio Preto, SP. Em 1948 trouxe o primeiro veículo motorizado para a região, que usava um couro de boi como lona, para cobrir a carroceria. Em 1949 ajudou a abrir a estrada da Serra do Café (Serranópolis) até o Bolicho Seco (Costa Rica, MS). Nos anos seguintes construiu uma serraria na Fazenda Santa Amélia e casas e currais na Santa Amélia, Olho D'água, Rancho Azul, Quero-Quero e Alto Formoso, continuou abrindo estradas pela região e construiu diversas pontes. Em 1964 construiu um campo de pouso na Santa Amélia e em 1970 comprou a Fazenda Moderninha, construindo casa, currais, cercas e formando pastos. No final da década de 1970 Dona Amélia Garcia Cunha decidiu dividir suas terras com os netos. Assim a área que passou a ser a Fazenda Santa Amélia foi herdada pelos 9 filhos de Alberto R. Cunha e Nadir Garcia Cunha. A região já possuía acesso pelas estradas abertas, mas além das casas de fazenda não havia nenhuma estrutura. O ponto comercial mais próximo ficava a 80 km. em Costa Rica, MS e a carência maior era sentida na falta de uma escola para as crianças dos trabalhadores das fazendas. Foi quando Alberto e seus filhos resolveram implantar nas terras da Fazenda Santa Amélia uma agrovila, idéia que se desenvolveu para a implantação de um loteamento urbano. Nesta mesma época a crise fundiária no sul do país, juntamente com os aprimoramentos tecnológicos na agricultura, motivou muitas pessoas a buscarem novos espaços, novas terras para realizarem seus sonhos de se tornarem produtores; homens e mulheres do campo começaram a migrar para os cerrados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais, onde encontraram muita terra que, com a aplicação de técnicas de correção do solo tornavam-se altamente produtivas. Em Chapadão do Céu, que se esboçava, encontraram um anfitrião prestativo: Alberto Rodrigues da Cunha, empenhado no desenvolvimento da região. No início da década de 1980 a arquiteta Marta Garcia Cunha, filha de Alberto, elaborou o projeto do Loteamento Chapadão do Céu enquanto ele construía as primeiras casas, um posto de gasolina, uma usina hidrelétrica no rio Formoso, inicialmente gerando 30 Kwts, e depois ampliada para 450 Kwts e um poço semi-artesiano juntamente com uma caixa d'água. Em 21 de agosto de 1982 era colocada a pedra fundamental de Chapadão do Céu, com a inauguração do posto de combustívei A região fazia parte do município de Jataí, GO e posteriormente do município de Aporé, GO, que se emancipou em 14 de novembro de 1958. Formação Administrativa Elevado à categoria de município com a denominação de Chapadão do Céu, pela Lei Estadual nº 11398, de 16-01-1991, desmembrado de Aporé. Sede no Distrito de Chapadão do Céu, ex-Povoado. Constituído do Distrito Sede. Instalado em 01-01-1993. Em divisão territorial datada de 1-VI-1995, o município é constituído do Distrito Sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1999. Gentílico: chapadense Fonte: chapadaodoceu.go.gov.br Fonte: Biblioteca IBGE

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