NAS PROXIMIDADES da nascente do Jacuí, em terras povoadas pelos índios guaranis, os jesuítas fundaram, em 1634, uma redução a que chamaram Santa Tereza. O aldeamento, organizado pelo padre Romero, secundado pelo padre Jimenez, foi transferido para local próximo, considerado mais propício ao empreendimento. Os indígenes demonstraram receptividade a catequese, o que se evidencia pelo fato de, três anos mais tarde, Santa Tereza já contar com 4.000 almas. A agricultura prosperou rapidamente, havendo, segundo depoimento da época, fartura de verdura e de cereais. Em 1637 apareceram os bandeirantes, com a missão de expulsar os jesuítas do território a leste do rio Uruguai. Chefiados por Francisco Bueno, atacaram a redução e facilmente a dominaram. Os vestígios da passagem dos representantes da Companhia de Jesus, entretanto, continuaram presentes, em lugar alto, a duas léguas de distância da atual Cidade, onde edificaram a Capela do Menino Jesus e fincaram, na frente, enorme cruz de madeira. Para aí transferiram-se os moradores de então, agrupando-se para evitar as investidas dos índios e vivendo da incipiente agricultura. João de Barros, natural do Paraná, depois de passar várias vezes pelo local, a negócio, ali resolveu fixar residência. Com o apoio dos moradores, tratou de organizar o lugarejo contra os ataques dos guaranis. A aldeia, situada na coxilha, era identificada pela Cruz Alta, que de longe se divisava e que originou o topônimo, estendido a localidade primitiva, onde atualmente se ergue a Cidade. Em 1810 já havia pessoas com títulos de propriedade, muitos deles provisoriamente concedidos pelo Comandante-Geral das Missões. Vidal José do Pilar, grande proprietário, fez, em 1821, o primeiro traçado da Cidade. A fundação oficial do povoado deu-se, entretanto, a 18 de agosto desse mesmo ano. Em 1824 a Capela de Cruz Alta foi promovida a capela curada, sendo seu primeiro padre o paulista Antônio Pompeu Pais de Campos. Embora o Município não tivesse assumido posição radical, por ocasião da Guerra dos Farrapos, pronunciou-se a favor da Republica Rio-Grandense, em agosto de 1837. Ativa foi a participação do Município na emancipação dos escravos. Em setembro de 1870, por iniciativa de Isidro Correa Pinto, fundou-se a Sociedade Libertadora Cruzaltense, a 2.ª associação de caráter abolicionista na Provincial Outra associação, a Aurora da Serra, embora criada com fins recreativos, incluiu em seu programa o movimento libertador e o fez com tal pujança, que empolgou toda a população. Assim, a 31 de agosto de 1884, viu seus esforços coroados de êxito: a Cidade foi declarada livre. Proclamada a República, seguiram-se os atos decorrentes da instalação do novo regime. Pouco depois, eclodiu a revolução federalista, durante a qual, embora não se tivessem registrado combates de monta, a Cidade foi atacada pelas forças chefiadas por Aparício Saraiva e defendida com êxito pelo Coronel José Gabriel da Silva Lima, a frente de seus comandados. No fim do século XIX chegaram os colonos italianos, constituindo os núcleos de Saldanha Marinho, Visconde do Rio Branco e 15 de Novembro. A esses imigrantes, juntaram-se, em menor escala, elementos de origem germânica que, como seus antecessores tão grande colaboração prestaram a formação cultural do Município. Formação Administrativa O DISTRITO deve sua criação ao Decreto de 24 de outubro de 1832. O Município, com a denominação de Espírito Santo da Cruz Alta e território desmembrado do de Cachoeira, foi criado por Resolução de 11 de março de 1833. A instalação ocorreu a 4 de agosto do ano seguinte. Em virtude da Lei provincial n.° 1.175, de 12 de abril de 1879, concederam-se foros de cidade a sede do Município que, na Divisão Administrativa de 1911, figura com o nome de Cruz Alta e se compõe de 7 distritos: sede, Tupanciretã, Valos, Santa Bárbara, Colônia Ijuí (que só aparece neste quadro), Três Capões e Cadeado. O Recenseamento Geral de 1920 registra 9 distritos: sede, Tupanciretã (que figura pela última vez), Valos (ou Santa Clara), Santa Barbara, Três Capões, Cadeado, Colônia General Osório (criada pelo Ato municipal n.° 7, de 2-5-1914), Neu Wurttemberg (Ato municipal n.° 18, de 24-3-1916) e Visconde do Rio Branco (Ato municipal n.° 38, de 18-12-1919). Na Divisão Administrativa de 1933, 10 são os distritos: os acima mencionados (exclusive Tupanciretã), acrescidos dos de Rincão Sefrim (criado por Lei provincial n.° 1.130, de 7-4-1878, e Ato municipal n.° 215, de 24-12-1928) e Colônia Quinze de Novembro (Ato municipal n.° 13, de 22-4-1926). As Divisões Territoriais de 1936 e 1937 registram a mesma composição administrativa, apenas com algumas alterações toponímicas: Colônia do Cadeado, Colônia General Osório e Colônia Neu Wurttemberg aparecem desprovidos da palavra "Colônia" e Colônia Visconde do Rio Branco, figura sem a palavra "Visconde". Esse relacionamento permanece no Anexo ao Decreto estadual n.° 7.199, de 31-3-1938, onde, entretanto, se nota que o nome do distrito de Neu Wurttemberg é grafado como Nova Wurtemberg. Por força do Decreto estadual n.° 7.643, de 28-12-1938, que fixou a Divisão Judiciário- Administrativa do Estado para vigorar no quinqüênio 1939 - 1943, os distritos de Três Capões e Cadeado aparecem, juntamente com o de Cruz Alta, como zonas do distrito-sede, Valos (ou Santa Clara), como Santa Clara do Ingaí General Osório, como General Câmara; Nova Wurtemberg, como Pindorama; Colônia Rio Branco, como Rio Branco; Rincão Sefrim, como Alfredo Brenner e Colônia Quinze de Novembro, como Quinze de Novembro. Dessa forma, apenas Santa Bárbara não registrou modificação toponímica. A Divisão acima referida foi retificada pelo Decreto estadual n.° 7.842, de 30 de junho de 1939. Essa retificação diz respeito ao distrito-sede que se compõe apenas de 2 zonas, Cruz Alta e Três Capões, sendo reinstituído o distrito de Cadeado, e o distrito de General Câmara, que aparece com o nome de Ibirubá. De acordo com a Divisão Judiciário-Administrativa do Estado, fixada pelo Decreto-lei estadual n.° 720, de 29 de dezembro de 1944, para vigorar no quadriênio 1945-1948, o Município aparece integrado pelos mesmos distritos, apenas os de Santa Bárbara Pindorama e Rio Branco tomam denominações de Blau Nunes, Panambi e Pejuçara, respectivamente. A Divisão Territorial de 1950 registrou apenas uma alteração: Blau Nunes passou a se chamar Santa Bárbara do Sul. Por força da Lei n.° 9, de 22-11-1951, foi criado o distrito de Fortaleza dos Valos, com território desmembrado do de Santa Clara do Ingaí, e, pela Lei estadual n.° 2.524, de 15-12-1954, o distrito de Panambi foi elevado a Município. Em cumprimento a Lei estadual n.° 2.528, de 15-12-1954, foi criado o Município de Ibirubá, que levou para integrá-lo, além do distrito de igual nome o de Alfredo Brenner e o de Quinze de Novembro. Em conseqüência, a Divisão Territorial de 1955 registrou apenas 6 distritos: Cruz Alta, Santa Clara do Ingaí, Santa Bárbara do Sul, Cadeado, Pejuçara e Fortaleza dos Valos. Na Divisão Territorial de 1960 figuram esses mesmos distritos, exclusive o de Santa Bárbara do Sul, que passou a Município por efeito da Lei estadual n.° 3.703, de 31-1-59. A situação se conservou na Divisão Territorial de 1965. A Lei estadual n.° 5.156, de 15-12-1965, elevou Pejuçara a categoria de Município. Assim, a Divisão Territorial datada de 1969 e a de 1971 relacionam 4 distritos: Cruz Alta, Santa Clara do Ingaí, Cadeado e Fortaleza dos Valos, situação que se conserva. EM VIRTUDE da Lei provincial n.° 799, de 2 de outubro de 1872, foi criada a Comarca de Cruz Alta. Atualmente de 4.ª entrância, sua jurisdição se estende aos municípios de Ibirubá, Panambi, Santa Barbara do Sul e Pejuçara. Fonte: Biblioteca IBGE

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