Depois de fracassadas tentativas de colonização por Pero Coelho, em 1603, e pelos padres Francisco Pinto e Luís Figueira, em 1607, não se tem notícia de novas expedições ao Ceará, até que as necessidades da reconquista do Maranhão exigissem a vinda de Martins Soares Moreno. Moço, no dizer de historiadores, corajoso, forte e possuidor de todas as virtudes dos paladinos portugueses do século XVII, erigiu, a 20 de janeiro de 1612, na barra do rio Ceará um fortim a que chamou São Sebastião. Em 1613, o fortim recebeu a visita de Jerônimo de Albuquerque, que, destinando-se ao Maranhão, passou por ali a fim de convidar Soares Moreno a participar da expedição. Ausentando-se para o Maranhão. Moreno só voltou ao Ceará em 1621, encontrou o forte em ruínas mas reconstruiu-o tratando de apaziguar os indígenas; distribuiu sementes, mudas de cana-de-açúcar e gado, procurando lançar as bases da prosperidade da Capitania. Permaneceu na terra ate 1631, quando teve de ir para Pernambuco lutar contra os holandeses. Sucederam-no no comando Domingos da Veiga Cabral e Bartolomeu de Brito Freire. O fortim, reduzido a estado precaríssimo, foi tomado pela expedição de George Gartsman e Henderick Huss, a 26 de outubro de 1637, ficando sua guarda sob a responsabilidade do tenente Van Hans, posteriormente substituído por Gedion Morris. Em 1644, foi o forte assaltado e destruído por índios revoltados. Os flamengos voltaram em 1649, com 298 homens em duas embarcações grandes e dois barcos menores, desembarcando a 3 de abril e levantando novo fortim, distante do primeiro, a margem do riacho Pajeú na elevação de terreno chamado Marajaig. Este forte, construído segundo planta do engenheiro Ricardo Carr, recebeu o nome de Forte Schoonenborch, em homenagem ao governador de Pernambuco. Antipatizados e hostilizados pelos índios, os holandeses transferiram todos os alojamentos e instalações e subsistência para dentro do forte. Tal situação perdurou até que, vencidos em Pernambuco, foram obrigados a entregar a praça de guerra a Álvaro de Azevedo Barreto, que a restaurou convenientemente e lhe mudou o nome para Forte de Nossa Senhora da Assunção. Com o eficaz apoio e cooperação dos índios pacificados, deu início a construção de uma ermida, em 1654, restabelecendo, destarte, a colonização portuguesa. Feito de madeira e estacas de carnaúba, por diversas vezes teve de sofrer reformas, ate desmoronar. No local do forte arruinado, foram lançados os alicerces da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção em 12 de outubro de 1812. Em 1847 a fortaleza sofreu remodelações e dez anos depois foi classificada como de 2.ª classe. Em 1910, foi desarmada, permanecendo como simples monumento histórico. Fortaleza - a "loura desposada do sol" do poema de Paula Ney, participou de movimentos cívicos da história do Brasil, antes e depois da Independência. Referência especial deve ser feita à atitude de bravos jangadeiros, chefiados por Francisco José do Nascimento, o "Dragão do Mar", os quais impediram o trânsito de escravos no porto da capital, tornando o Ceará o Estado pioneiro da abolição da escravatura no Brasil, a partir de 1884. Fortaleza não é só bravura e civismo, é também ação e progresso. Atestam-no vaivém da vida diária, suas chaminés fumegantes, seu incremento demográfico, dificilmente acompanhado por algumas raras cidades. A metrópole cearense presta, sim sua colaboração ao progresso de todo o Pais. FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA A Ordem Regia de 13 de fevereiro de 1699 cria a primeira vila no Ceará, origem do atual Município de Aquiraz, instalado em 1700, na sua primitiva sede - o núcleo de Fortaleza. Em 1701 transfere-se a sede para a Barra do Ceará, que mais tarde recebe a denominação de Vila Velha, volta novamente para Fortaleza em 1706. Ainda no mesmo ano, a sede trasladou-se para a Barra do Ceará, retornando a Fortaleza em 1708. Em 1710 a vila toma o nome de São José de Ribamar do Aquiraz. Por Resolução Régia de 9 de março de 1725, é criado o Município de Fortaleza, com sede no núcleo do mesmo nome, então elevado a categoria de vila. A instalação data de 13 de abril do ano seguinte. A categoria de cidade é conferida a Fortaleza pela Resolução de 2 de janeiro, Decreto de 24 de fevereiro e Carta de 17 de março de 1823. Por este último ato, recebe também a denominação de Fortaleza da Nova Bragança. Em 1911, segundo Divisão Administrativa, a capital do Ceará compunha-se dos distritos de Fortaleza e Patrocínio. No Decreto estadual 1.156, de 4 de dezembro de 1933, aparece com os distritos da sede, Alto da Balança, Barro Vermelho (mais tarde Antônio Bezerra), Messejana, Mondubim e Parangaba. Na divisão de 1936 está acrescido de Rodolfo Teófilo. Por força do decreto-lei estadual n.º 448, de 20 de dezembro de 1938, o Município perde parte de seu território para o de Maranguape e passa a compor-se dos distritos de Fortaleza (sede), Antônio Bezerra Messejana, Mondubim e Parangaba. Gentílico:Fortalesense ou Fortaliciense Fonte: Biblioteca IBGE

Destaques Municipais


    Ainda não há notícias cadastradas nesse município

Realizações Municipais


    Ainda não há realizações cadastradas nesse município

Destaques Estaduais (CE)