Surgiu por volta de 1816 às margens do rio Vai-Vem, afluente do rio Veríssimo, onde se ergueram as primeiras moradias ao derredor da "Casa Grande" da "Fazenda Vai-Vem" de Francisco José Dutra. Tem sua origem vinculada a um mito de origem no qual este fazendeiro, proprietário de grande parte das terras pertencentes atualmente a área urbana, havia sido picado por uma cobra cascavel e se via diante da possibilidade de morrer por causa do veneno da cobra. Sendo assim, resolveu fazer uma promessa, pela qual doaria ao Divino Espírito Santo todas as terras que fossem vistas do alto do morro de São Domingos, caso sobrevivesse. E, como sobreviveu, fez a doação de suas terras, que atingiam grande parte do município de Ipameri, segundo Veiga, "em escritura particular redigida pelo seu compadre Florêncio de Cubas. Esta escritura, levada a registro muitos anos depois (1894) é de 30 de setembro de 1835." (VEIGA, 1967, p. 34.) O fato é que Ipameri veio a adquirir legalmente os direitos de município, pelo decreto lei nº 446, de 12 de setembro de 1870, ficando a partir daí desmembrado de Catalão e recebendo a nomeação de município Entre Rios. Com relação à origem da cidade estar vinculada a um mito de origem vinculado à igreja católica isso é perceptível também na maioria das cidades brasileiras. Isso pode ser explicado pelo fato de, no Brasil, a colonização ser efetivada também pela religião. No que diz respeito ao nome da cidade, através da leitura, tanto de Veiga quanto de CARVALHO (1958), é possível perceber que houve várias modificações no decorrer de sua história política. O primeiro nome, "Vai-Vem" existiu desde o período que antecede a 1833, sendo desconhecida a sua origem, em torno da qual prevalecem duas versões. Uma construída a partir das constantes idas e vindas dos índios, a maioria de tribos caiapós e xavantes, que atravessavam uma pinguela sobre o rio Vai-Vem e a outra construída a partir da observação do curso da água que era "ziguezagueante". Em 1880, pela Resolução Provincial nº 623, de 15 de abril, o arraial é elevado à categoria de cidade, sob a denominação de "Entre - Rios". Já com relação ao nome Ipameri é resultado da lei Estadual nº 42, de 26 de março de 1904 e de acordo com um artigo publicado no jornal "Ipameri", de 5 de dezembro de 1926, porque existiam outras cidades com o mesmo nome, o que resultava em confusões, particularmente no que se referia às correspondências. Segundo Veiga, na expressão Tupi-Guarani, a palavra Ipameri pode ser traduzida por entre rios.O essencial entre esses marcos históricos é que eles permitem identificar que o surgimento da cidade de Ipameri dá-se em função da produção agrícola e pastoril e que as primeiras famílias vindas para esta localidade pertenciam a Minas Gerais. São essas famílias que vão formar, durante pelo menos um século de história, a elite local, definindo políticas e ações relacionadas à cidade de Ipameri. Entre elas, os Vaz, Estrela, Carneiro e Machado. É possível através dos registros escritos sobre a cidade afirmar que Ipameri apresentou até início do século XX um aspecto predominantemente rural e que o único meio que a colocava em contato com outras regiões era o transporte feito em lombos de burros ou carros de boi. Entretanto, com a chegada da Estrada de Ferro Goiás em 1913, prolongamento da Mogiana, a cidade passa por um período de transformações significativas adquirindo características e uma posição de destaque no cenário goiano. A ferrovia é ainda hoje rememorada pelos ipamerinos como grande empreendedora da civilização capitalista em terras goianas. A partir daí vários foram os empreendimentos realizados e a classe hegemônica, constituída não só pelos patrícios como também por colônias européias aqui aportadas em fuga da 1ª guerra em 1914, começa a colocar em prática um projeto de urbanização e de civilização para a cidade. Entre eles está a construção da primeira usina hidroelétrica de Goiás, em maio de 1913, sendo seu proprietário o major Aristides Rodrigues Lopes, inaugurada antes mesmo da E.F. Goiás, que teve sua inauguração no dia 10 de novembro de 1913. O primeiro cinema, propriedade de Hildebrando Nicácio é instalado em 1915. No mesmo ano inaugura-se a primeira charqueada de Libório Silva. Segue-se o curso das inaugurações, em 1914 o primeiro automóvel Ford de Norval Caetano da Fonseca e, no mesmo ano o 'serviço público de Telefones' dos senhores Vicente Marot e Waldemar Leone Ceva. É fundado em 1917 o primeiro jornal 'O Pivor' do professor Aureliano do Carmo, em 1918 a loja maçônica Paz e Amor. Forma-se em 1919 a primeira equipe de futebol e é fundada a "União Esportiva Ipamerina". Em 1920 inicia-se os serviços de abaulamento de ruas com sarjetas e meio-fios, na administração do Intendente Vicente Marot. Com a estrada de ferro, a usina hidroelétrica e a abundante matéria prima agropecuária, o gerenciamento pelos patrícios, pelos europeus e os árabes, a cidade industrializa-se e transforma-se no maior e mais importante centro industrial, comercial, cultrural e até financeiro da região, senão do Estado. Em 1921 é instalada a Primeira Agência do Banco do Brasil em Goiás. Entre outros são considerados marcos importantes a transferência do 6º Batalhão de Caçadores em 1922, o jardim e o coreto da Praça da Liberdade em 1923, o Colégio Olavo Bilac, em 1927, a Casa de Saúde Santa Terezinha, em 1927, o Grêmio Espírita "Paz e Fraternidade", em 1928, o primeiro grupo escolar de Ipameri em 1929. Essas primeiras escolas deram origem a outras como o Ginásio Municipal (atual CEPEM) em 1933 e o Colégio e Escola Normal "Nossa Senhora Aparecida" em 1936. A década de 1930 assiste ainda a construção, entre outros empreendimentos, da Igreja Matriz do Divino Espírito Santo em 1938, pelos padres espanhóis. Indústrias de porte como de calçados, de couros, charqueadas, laticínios, fundição, máquinas de beneficiamento de cereais, torrefação e moagem, olarias, ladrilhos, etc. além de atacadistas e comércio exportador para outros estados, estabelecimentos bancários e clubes sociais, faziam parte do cotidiano ipamerino, transferência das indústrias, das casas comerciais e bancárias e a mudança de várias famílias para cidades próximas, notadamente para Uberlândia, Anápolis e Goiânia e mais tarde para Brasília. Em termos econômicos, sociais e culturais a cidade passa por um período de estagnação e retrocesso que é representado pelo senso comum como de "decadência". Em meados dos anos 50 um novo direcionamento é dado à economia nacional, beneficiando a indústria automobilística do sudeste do país. Com isto se tornou possível à proliferação da rede rodoviária no espaço nacional, gerando, a partir daí, um isolamento e uma relativa estagnação da região até então integrada pela ferrovia. Com a decadência do transporte ferroviário e a sua marginalização do projeto rodoviário nacional a cidade sofreu um período de isolamento e atraso, época em que perdeu a maior parte de suas indústrias e do comércio de porte. A partir daí várias imagens são atribuídas à cidade, que passa a ser lembrada pelo senso comum como a cidade "do já teve" ou "do já foi". O desenvolvimento só voltou a acontecer quando as estradas que ligam o município ao restante do país foram asfaltadas, quando vieram a mecanização da agricultura e a eletrificação rural, a partir de meados da década de 1.980. Desde então, Ipameri tem evoluído com a chegada de agroindústrias, empresas comerciais e instituições de ensino superior. Destacam-se entre esses empreendimentos a chegada dos plantadores de soja, oriundos principalmente do Sul e São Paulo, da Algodoeira Califórnia, da Empresa Caramuru, Universidade Católica e Universidade Estadual de Goiás, ampliação da rede hoteleira e inauguração de várias casas comerciais. Formação Administrativa Freguesia criada com a denominação de Entre Rios, pela Lei Provincial nº 2, de 31-07-1845, no Município de Catalão. Elevado à categoria de Vila com a denominação de Entre Rios pela Resolução Provincial nº 17, de 28-07-1858, desmembrado de Catalão. Constituído do Distrito Sede. Pela Lei nº 352, de 01-08-1863, a vila foi extinta. Restaurada pela Lei nº 446, de 12-09-1870, desmembrado de Catalão. Reinstalada em 10-10-1873. Elevado à cidade por Lei ou Resolução Provincial nº 623, de 15-04-1880. Pela Lei Provincial nº 841, de 20-09-1888 é criado o Distrito de Cavalheiro e incorporado ao Município de Ipameri. Pela Lei Estadual nº 42, de 26-03-1904, o município passou a denominar-se Ipameri. Pela Lei Municipal nº 29, de 29-08-1901 é criado o Distrito de Campo Alegre e incorporado ao Município de Ipameri. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 3 Distritos: Ipameri, Campo Alegre e Cavalheiro. Pela Lei Municipal nº 100, de 22-10-1917 é criado o Distrito de Urutaí e incorporado ao Município de Ipameri. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 4 Distritos: Ipameri, Campo Alegre, Santo Antônio do Cavalheiro e Urutaí Pelo Decreto-Lei Estadual nº 8305, de 31-12-1943, o Distrito de Campo Alegre passou a denominar-se Rudá. Pelo Decreto-Lei Estadual nº 557, de 30-03-1938, o Distrito de Santo Antônio do Cavalheiro tomou a denominação de Cavalheiro. Pela Lei Estadual nº 45, de 15-12-1947, desmembra do Município de Ipameri o Distrito de Urutaí. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial vigente em 1-VII-1950, o município é constituído de 3 Distritos: Ipameri, Cavalheiro e Rudá. Pela Lei Estadual nº 893, de 12-11-1953, desmembra do Município de Ipameri o Distrito de Rudá. Elevado à categoria de município com a denominação de Campo Alegre de Goiás. Pela Lei Municipal nº 83, de 31-12-1953, é criado o Distrito de Domiciano Ribeiro e incorporado ao Município de Ipameri. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 3 Distritos: Ipameri, Cavalheiro e Domiciano Ribeiro. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 14-V-2001 Alteração Toponímica Municipal - Entre Rios para Ipameri alterada, pela Lei Estadual nº 42, de 26-03-1904. - Campo Alegre para Rudá alterada, pelp Decreto-Lei Estadual nº 8305, de 31-12-1943. Gentílico: ipamerino Fonte: prefeitura municipal Fonte: Biblioteca IBGE

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