A região onde se localiza o atual Município de Poços de Caldas foi inicialmente habitada pelos Cataguases que, em 1675, ofereceram combate e venceram a célebre bandeira de Lourenço Castanho, cognominado "O Velho". Somente em meados do século XVIII verificou-se o seu desbravamento propriamente dito. Os desbravadores penetraram o Planalto, abrindo vias de comunicação para as novas "descobertas'' ou socavões, em pesquisas infrutíferas, através dos braços do rio Pardo. Três fatores influíram no desenvolvimento social e econômico deste período: a busca de ouro, a abertura de estradas - que facilitassem a fiscalização e dificultassem os contrabandos - e ainda a procura de "água santa", para fins medicinais. Como até meados do século XVIII a "única coisa que dava valor aos territórios novos, motivando sua ocupação e povoamento, era a descoberta de ouro", a região só foi ocupada e povoada quando terminada a era da mineração e iniciado o "ciclo pastoril'. Com a busca do capim indispensável à pecuária valorizou-se a região dos "Campos de Caldas'', como passou a ser chamado o local. O "ouro verde", de que é particularmente rica, facilitou a instalação do núcleo pastoril que, economicamente, substituiu a lavra e grupiara. Dos primeiros moradores de Caldas, 20% saíram de Santana do Sapucaí, 12% de Lavras do Funil, 11% de Cabo Verde. Entre os que vieram para os "Campos de Caldas", nos últimos anos de 1700, encontrava-se o Padre Manoel Gonçalves Correia, que instalou uma fazenda no "Monte Alegre", junto à fronteira paulista. Lá ergueu uma ermida, a primeira igreja da região, dedicada a Nossa Senhora do Carmo. Os povoadores foram aumentando e com sua propulsão, promovendo o recuo da divisa; se no "ciclo do ouro" era o descobrimento das novas minas que trazia a massa invasora, no "ciclo pastoril" a corrida pelas zonas das "campinas" fez com que o fenômeno se repetisse. Em 1700, nas suas últimas décadas, toda a zona de Caldas era completamente despovoada A região deserta entre as duas Capitanias estava, pois, limitada por duas estradas paralelas - a Estrada de Goiás, pelo lado paulista, e, pelo lado mineiro, as "antigas picadas reabertas por Luís Diogo, passando por Cabo Verde, Campestre e Ouro Fino". Foi em 1776 ou 77, que o guarda-mor Veríssimo João de Carvalho, anotado pelo "Cabo do Registro de Ouro Fino", fez a "tranqueira" que lhe tomou o nome. Ordenou-lhe a feitura o Governador da capitania de Minas Gerais, "para divisão entre as duas capitanias" e mandou que daquela tranqueira para dentro não se adiantasse "uma só polegada aos súditos de Minas, e nem se consentisse que por parte da Capitania de São Paulo se entrasse para a de Minas um só palmo". A tranqueira era "hum fexo,' de troncos derrubados, situado ali em "humas vertentes das cabeceiras do Rio Pardo". Os paulistas, na "marcha para o Oeste" em demanda de pastagens, pulavam as tranqueiras e arrancavam os moirões de posse como tinham feito no "ciclo do ouro" e assim iam invadindo o Planalto. O recuo da divisa foi o curioso fenômeno que ligou geograficamente a Região do "planalto da Pedra Branca", também chamada "maciço de Poços de Caldas", ao desenvolvimento social e econômico da Capitania de Minas. Começou com a expulsão do paulista Barrotemos Buenos do distrito de Campanha, em 1743, e terminou com a disputa entre a Câmara de Caldas e a de São João da Boa Vista, na Fazenda do óleo (atual município de Andradas), por ocasião do inventario de Antônio Martiniano de Oliveira, em 1874. Quando das costumeiras penetrações realizadas pelos aventureiros da época, foram descobertos, em meio do planalto, os poços de água quente, cujo valor medicinal foi de pronto constatado. Nasceu desse fato o constante crescimento do lugarejo que imediatamente se formou nas vizinhanças dos poços. O patrimônio do embrionário núcleo formou-se com a doação de 40 alqueires de terras, pelo major Joaquim Bernardes da Costa Junqueira, juntamente com seus filhos e genros, em 6 de novembro de 1872. Esta data é considerada a de fundação da cidade de Poços de Caldas O nome de Caldas veio da tradição portuguesa relacionada com as águas de igual nome existentes em Portugal. Inicialmente era a freguesia de Nossa Senhora da Saúde das Águas de Caldas. Foi elevada a vila, com sede na povoação de Nossa Senhora da Saúde de Poços de Caldas e a denominação de Poços de Caldas, em 1888, tendo sido desmembrada do município de Caldas. Com o aumento considerável do número de veranistas que procuravam Poços de Caldas para repouso ou tratamento e o crescimento de seu renome como estância hidroterápica, foi iniciada, em 1888, a construção do primeiro estabelecimento balneário. Ao presidente Antônio Carlos Ribeiro de Andrada deve Poços de caldas apreciáveis melhoramentos, que a tornaram a primeira Estância Balnearia da América do Sul. Formação Administrativa A 6 de dezembro de 1879, pela Lei provincial n.° 2.542, foi o distrito elevado à categoria de freguesia, integrando o termo de Caldas. A Lei n.° 3.659, de 1.° de setembro de 1888, criou, com sede na povoação de Nossa Senhora da Saúde de Poços de Caldas e território desmembrado do Município de Caldas, o de Poços de Caldas, cuja instalação se verificou a 31 de maio de 1890. A Lei estadual n.° 2, de 14 de setembro de 1891, confirmou a criação do distrito-sede do Município de Poços de Caldas, que, na Divisão Administrativa de 1911, aparece constituído de um só distrito. Os foros de cidade à sede foram concedidos pela Lei estadual n.° 663, de 18 de setembro de 1915, permanecendo o Município até a presente data com um só distrito, o da sede. Pela Lei municipal n.° 365, de 3 de junho de 1954, foi considerada a data de 6 de novembro de 1872 como de fundação da cidade. A Comarca foi criada pela Lei estadual n.° 663, já citada, ocorrendo sua instalação a 20 de janeiro de 1917, em cumprimento do Decreto estadual n.° 4.687, de 19 de dezembro de 1916. Foi elevada a categoria de 2ª entrância pela Lei n.° 887, de 24 de fevereiro de 1925, e à de 3ª, pela de n.° 1.098, de 22 de junho de 1954. Inicialmente constituída de 2 Termos: o da sede e o de Botelhos, foi este último desmembrado pelo Decreto-lei n.° 2.904, de 15 de fevereiro de 1948. Fonte: Biblioteca IBGE

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