Nós sabemos que o Brasil foi descoberto ou visitado por casualidade ou não em 1500 pelos portugueses, que se constituíram donos da terra. Quando aqui chegaram, eram os indígenas que habitavam essa terra às margens férteis do rio Paraguaçu . Índios valentes da tribo dos Tupinambás. Em 1502, gente da expedição de Américo Vespúcio percorreu toda a costa da baía de Todos os Santos, entrando no grande rio que deságua naquela baía, passando pela Barra do Paraguaçu, esteve em São Roque e navegou rio acima. No ano seguinte, veio outra expedição, que encontrou vários navios franceses carregados de madeiras devastadas das matas às margens do rio Paraguaçu, para serem levados à Europa. Um ano depois, os franceses apoderaram-se da ilha hoje denominada, dos franceses, internando-se com mais freqüência naquelas matas. Em 1510, chegaram às terras próximas a Maragojipe e subiram mais o rio chegando ao local onde foi a usina Vitória, aportando logicamente entre este ano e o ano seguinte 1511, às terras onde estão hoje as cidades de Cachoeira e São Félix. Engenho Capivary, era de propriedade do coronel João Severino da Luz Netto. Marco do progresso no Recôncavo - 1930 Mas, a Cidade nasceu de uma aldeia de índios Tupinambás. Em 1534, esse aldeamento tinha cerca de 20 palhoças habitadas por mais ou menos duas centenas de índios. Chegaram os portugueses para explorar a terra e o comércio de madeira. Para esse trabalho, os portugueses tentaram escravizar os índios, forçá-los ao trabalho, iniciando a plantação de cana de açúcar, montagem de engenhos de açúcar e alambiques; entretanto a lavoura só prosperou com a chegada de escravos negros vindos da África, a partir de 1549 e a entrada deles aqui, só deu-se em 1615. Os portugueses que se estabeleceram às margens do Paraguaçu formaram núcleos em Belém no alto do Porto da Cachoeira e em São Pedro Velho no lado de cá, no alto de São Félix. Marcaram presença os jesuítas que fundaram em Belém um colégio e um seminário ao lado da Igreja, existentes até hoje. Identicamente, em São Félix, no lado oposto no alto de uma ladeira a cerca de um quilômetro do porto, existiu também uma Igreja e uma Casa de Misericórdia, onde atendiam os doentes, faziam curativos, daí, certamente, o nome do acesso àquele local, Ladeira da Misericórdia. Em 1624, a Bahia ocupada pelos holandeses, o Recôncavo era sempre saqueado e São Félix não o escapou à tirania dos homens de Johan Van Dorth, cometendo os maiores crimes: saqueando lares e templos. A Igreja de São Pedro Velho e a Casa de Misericórdia no alto de São Félix, foram destroçadas e roubadas em todas as suas alfaias. Os portugueses, os jesuítas certamente desgostosos e atemorizados, foram abandonando aquele local e ali as ruínas de uma Igreja e Casa de Misericórdia marcaram até pouco tempo, a presença dos descobridores e colonizadores. Em 1822, pela guerra da Independência, São Félix prestou relevantes serviços lutando ao lado de Cachoeira, a qual pertencia, e nesta luta o sangue sanfelista banhou o solo em defesa do Brasil. Naquele dia de junho, São Félix também transformou-se numa praça de guerra, entrou em luta em prol de uma causa comum. Daqui primeiramente partiram as canoas cheias de sanfelistas denodados, atirando para os déspotas lusitanos. Muitas embarcações foram estraçalhadas pela fuzilaria incessante da escuna portuguesa, tendo jazido muitos sanfelista nas águas do Paraguaçu. Acossados, os portugueses pelo fogo impetuoso, enfraqueceram depois de decorridos quatro dias sangrentos, rendendo-se covardemente para a vitória. Muitos sanfelistas participaram na vanguarda do batalhão dos Periquitos, sob o comando de José Antônio da Silva Castro. Inicialmente São Félix foi Cachoeira. São Félix, como todo o vale do Paraguaçu e terras bem distantes. Toda a região era em assuntos religiosos, sufragânea da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira, criada no fim do século XVII e, administrativamente, subordinada à vila do mesmo nome e da mesma época, implantada a 29 de janeiro de 1698. Só bem mais tarde, já no século XIX, a área do atual município de São Félix passou a integrar outra jurisdição eclesiástica, fazendo parte da freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Outeiro Redondo, isto por força da lei provincial datada de 1.º de junho de 1830. A História de São Félix é cheia de bravura e heroísmo e um fato curioso foi o Movimento Federalista Popular. Embora o Imperador Pedro I tivesse abdicado e se retirado para a Europa, o governo Regencial não propiciou a menor mudança ao regime político estabelecido com a Carta Constitucional de 1824. Acreditava-se que a solução seria o Federalismo, pela crença de que esse sistema daria às províncias maior autonomia administrativa que tanto lhes era negada pelo poder da corte do Rio de Janeiro. Era um federalismo que não era contra a forma monárquica. Esta aspiração política de quase todas as províncias eclodiu em 1832 na Bahia, com o primeiro levante liderado pelo Juiz de Paz, Bernardo Guanaes Mineiro, em São Félix. Esta revolução teve início no dia 17 de fevereiro de 1832, quando Guanaes Mineiro à frente de numerosos patriotas, reuniram-se na praça do Progresso, hoje Ignácio Tosta, em São Félix, onde recebeu inúmeras adesões e foi saudada pelo Dr. Aprígio José de Souza. No dia 19 atravessaram o rio Paraguaçu, tomaram de assalto o Convento do Carmo, estabelecendo-se assim em Cachoeira. Reuniu a Câmara Municipal daquela Vila e proclamou a Federação da Província da Bahia, constituindo-se um governo provisório. Resistiram às forças do governo, enfim dominados e presos. Guanaes e outros seguiram presos para o Forte São Marcelo, onde tempos depois tornariam proclamar a República Federalista. Existe um volumoso processo instaurado em Cachoeira, que contém todo o programa de Guanaes. Encontra-se sob a guarda do Instituto Histórico da Bahia, por iniciativa do estudioso homem de letras, o ilustre cachoeirano Augusto de Azevedo Luz. São Félix, já era um povoado próspero com casas sobradadas e o comércio já desenvolvido com recursos para se manter. Na verdade, a qualificação de povoado era àquela altura uma ficção burocrática, e a 15 de dezembro de 1857, por ato assinado pelo presidente da província, João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu, criava-se a freguesia de Senhor Deus Menino e São Félix. Em termos de administração civil, porém, o povoado permaneceria. Em 1860, foram iniciados os primeiros calçamentos, de acordo com a resolução da Câmara de Cachoeira. São Félix, viveria tempos de grande desenvolvimento. Município criado com os territórios das freguesias de São Félix (atual sede), São Pedro do Monte de Muritiba, Nossa Senhora do Desterro do Outeiro Redondo, Nossa Senhora do Bom Sucesso de Cruz das Almas, São Pedro do Aporá e de Nossa Senhora da Conceição do Sapé, desmembrados do município de Cachoeira, pelo Ato Estadual de 23/12/1889. A sede foi elevada à categoria de cidade através Ato Estadual de 25/10/1890, com a denominação de São Félix do Paraguaçu, topônimo que se estendeu para o município, simplificado novamente para São Félix, por Decreto Estadual de 08/07/1931. Foram vários anos de conquistas até que São Félix se tornasse uma comarca. Foi uma história feita por muita luta e dedicação de todos. São Félix já foi considerada a principal economia da Bahia, sendo a maior cidade industrial daquela época. Era muito grande o número de operários, das empresas instaladas no município, o que fazia da cidade verdadeiro foco de imigração. Sua população local superava aos 40 mil habitantes, fora aqueles que moram em cidades circunvizinhas. Sua economia era baseada no movimento incalculável de empresas de imigrantes estrangeiros que vinha em busca de fortuna. Empresas como: as fábricas de charutos (principal atividade econômica de São Félix), a Empresa de Energia Brasileira, que explorava energia elétrica da barragem de Bananeiras para a Salvador, a Estrada de Ferro Central da Bahia e os muitos engenhos de canas-de-açúcar, fazia do município foco de escoamento de mercadorias para diversas partes do Brasil. Os fumos tirados das matas e caatingas, que se armazenavam durante a safra, eram de aproximadamente duzentas mil arrobas e o café a 60 mil. Por ter produção secundária, não pudemos mencionar as cifras de farinha de mandioca, milho, feijão, telhas, tijolos e paralelepípedos, bem como de outros produtos da indústria e da lavoura, uma vez que não havia registros precisos de seu montante. Na cidade existiam três casas comerciais importantes: Plínio Moscozo & Companhia, José Ramos de Almeida & Cia e José Antonio Torres, que mantinham transações com a Zonas das Lavras e algumas cidades de Minas Gerais. Exploravam as mais diversas mercadorias dos ramos de secos e molhados, miudezas, drogarias, ferragens, calçados, louças, dando uma certa importância para o comércio da cidade, o que complementava pelas suas oito lojas, muitos armazéns de molhados, padarias, três farmácias, duas fábricas de bebidas, dois bilhares, um hotel, cinco armazéns de consignação e inúmeras tipografias, sendo a mais notável a do jornal "O Propulsor", movida a vapor. São Félix tem um lindo palácio municipal edificado pelo intendente Geral Dannemann, a Loja Maçônica "Fraternidade Universal", o cinema São Félix, dois templos católicos, mercado, um matadouro, uma fonte pública, além de biblioteca, treze escolas primárias e um grupo escolar construído na administração do governador de Araújo Pinho. A iluminação do município era de querosene e, em alguns pontos, eletricidade, tais como na frente do Cinema São Félix e na fachada do palácio do engenheiro Américo Simas. Para lastimar, que em uma cidade tão importante, onde a vida do proletariado é uma solução de continuidade, das que se agitam nas grandes capitais, tornava-se indiferente do poder público ao prosseguimento das obras de um hospital de caridade, ali fundado em 17 de fevereiro de 1907. Fonte: prefeitura municipal

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