Várzea Grande é hoje a cidade industrial do Estado de Mato Grosso, e nos passos ritmados da história, foi o terceiro Distrito de Cuiabá. Nos primórdios habitavam a região o povo indígena denominado guaná. Este povo era de natureza mansa e recebia alegremente os que chegavam à região , daí haver uma espécie de elo, ligando os primeiros mineradores que aportaram a Mato Grosso a essas pessoas. Todavia o ouro de Várzea Grande não serviu de pólo de atração aos bandeirantes, uma vez que em Cuiabá o faiscar das pepitas exortava a cobiça da maioria. A habilidade do povo indígena guaná consistia na destreza com que manejavam em barcações, na confecções de rêdes, balaios, cerâmicas e outros ornamentos pessoais. Consta na historiografia varzea-grandense que "passaram" a técnica da arte de tear as escravas do Capão do Pequi, antiga localidade do município. Por muitos anos ficou famosa a rede tecida Várzea Grande, que acabou conhecida por todo o país como "Rêde Cuiabana", fato plenamente justificado, pois até 1948, o território era jurisdicionado ao de Cuiabá. Hoje em dia ainda se compra rêde da melhor qualidade em Várzea Grande, especialmente as produzidas em Capão Grande, reduto tradicional das redeiras. No entanto, outras localidades fabricam as famosas rêdes: Bonsucesso, Souza Lima, Engordador, Capão do Pequi e adjacências. Registra-se como data oficial da fundação de Várzea Grande 15 de maio de 1867. Nesta ocasião o Presidente da Província, José Vieira Couto de Magalhães, advogado e mineiro da cidade de Diamantina, homem de confiança do Imperador D. Pedro II, resolveu montar um campo de prisioneiros paraguaios na margem direita do Rio Cuiabá, defronte à capital. Era Tempo da fatídica Guerra do Paraguai. Na verdade o que se deu foi a permanência da tropa de veteranos de guerra para cuidar de cidadãos paraguaios que moravam em Cuiabá e cercanias. O presidente temia pela vida destas pessoas, numa possível revolta popular em represália às atrocidades cometidas ( pelo menos era a informação vinda ao povo cuiabano) pelo exército paraguaio em época de guerra. Os paraguaios detidos não vinham dos campos de batalha, eram cidadãos comuns. Muitos dos quais hábeis no corte e secagem de carne bovina, além de exímios artesãos na fabricação de arreios e curtume de couro. Em pouco tempo a ociosidade carcerária foi sendo substituída por uma atividade mais rendosa. A experiência foi repassada aos moradores da pequena vila que logo cobriu-se de fama da melhor carne sêca de toda a região. Firmou-se então um povoado, que girava em torno da Igreja de Nossa Senhora da Guia e dos muitos caminhos que permitiam o acesso a este centro convergente. Por muito tempo a comunidade sujeitou-se ao incômodo campo de prisioneiros paraguaios. Com o fim da guerra uma nova população surgiu. Alguns paraguaios passaram ao cultivo de área próximas. Verificou-se então na origem do várzea-grandense pelo menos três castas-sociais - soldados brasileiros, presos paraguaios e vaqueiros - alicerçada numa pequena povoação, ainda formada por lavradores e carniceiros. Daí em diante, gente de várias partes, mais especialmente da cidade de Nossa Senhora do Livramento vieram fixar residência no pequeno povoado em ascensão. Surgiram então os primeiros comerciantes, aumentando, ainda mais o diminuto núcleo populacional. Dia 4 de julho de 1874, em festa e foguetório, a primeira balsa deu início à travessia entre Cuiabá e Várzea Grande, o que permitiu volumes de transportes e mercadorias daquele entreposto comercial para a capital - a balsa fez história. O primeiro professor da vila foi o Mestre Bilão, que improvisava suas aulas aos 10 alunos que conseguiu arrebatar, em baixo de frondosa mangueira. Uma professora que marcou época foi dª Adalgisa, esforçada e inteligente deu novos rumos ao ensino da localidade.Várzea Grande lhe deve a implantação do primeiro teatro do antigo povoado. A primeira igreja foi a de Nossa Senhora da Guia. Sua construção foi devida a um movimento histórico, liderado por Elesbão Pinto e depois por Sebastião dos Anjos. A obra foi concluída no ano de 1892. A Lei Provincial nº 145, de 6 de abril de 1886, elevou o povoado de Várzea Grande, que sempre teve este nome, a categoria de Paróquia. Em 1899, a Paróquia já contava com cartório, sub-delegacia de polícia, duas escolinhas e uma urna para uso dos eleitores. A Revolução de 1930, determinou significativas mudanças no sistema político e social de Várzea Grande. Em 1942, o interventor Júlio Muller inaugurou a ponte de concreto, unindo Várzea Grande a Cuiabá, e dotou o terceiro distrito de energia elétrica, consolidando seu crescimento. A Lei Estadual nº 126, de 23 de setembro de 1948, de autoria do deputado Licínio Monteiro, criou o Município de Várzea Grande, com território desmembrado do Município de Cuiabá. O primeiro prefeito municipal nomeado, foi o major Gonçalo Romão de Figueiredo. Nesta ocasião governava o Estado o dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo, que notabilizou-se como grande incentivador da política migratória e de expansão em Mato Grosso. A Várzea do boiadeiro sempre mostrou vocação para ser cidade grande, de porte, e parecia haver nos primeiros moradores uma exagerada auto confiança em relação ao futuro da pequena vila, que viria transformar-se na cidade industrial de Mato Grosso. Prefeitos dispostos como Júlio Domingos de Campos, Licínio Monteiro, Gonçalo Botelho de Campos e tantos outros encararam os problemas e imaginaram um futuro brilhante para sua Várzea. Grande progresso no município se verificou na década de setenta, pelo trabalho profícuo dos prefeitos que passaram pelo poder. No governo do prefeito Júlio Campos ocorreu o que se chamou de mudança histórica do município. A vocação industrial ganhou notável impulso. Inúmeras doações de áreas, incentivos fiscais de toda natureza, infra-estrutura adequada permitiram a atração de grandes grupos financeiros. Disseminou-se a industrialização, a Alameda Júlio Muller, antigo caminho de pescadores, ganhou ares de distrito industrial, instalou-se ali a empresa Sadia Oeste, grande gerador de divisas e empregos. Nas proximidades cresceu o grande bairro Cristo Rei, o maior de Várzea Grande e celeiro da mão-de-obra local. A explosão da industrialização, ocorrida em quase todos os quadrantes do município estimulou o comércio, que ferve em toda a extensão da avenida Couto de Magalhães. Formação Administrativa Distrito criado com a denominação de Várzea Grande, pela Lei Estadual nº 145, de 08-04-1896, no Município de Cuiabá. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o Distrito de Várzea Grande figura no Município de Cuiabá. Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o Distrito de Várzea Grande permanece no Município de Cuiabá. Assim permanecendo no quadro fixado para vigorar no período de 1944/1948. Elevado à categoria de município com a denominação de Várzea Grande, pela Lei Estadual nº 126, de 23-09-1948, desmembrado de Cuiabá e Nossa Senhora do Livramento. Sede no antigo Distrito de Várzea Grande. Constituído do Distrito Sede. Instalado em 27- 07-1949. Lei Estadual nº 126, de 23-09-1948, é criado o Distrito de Bom Sucesso (ex-Povoado) e incorporado ao Município de Várzea Grande. Pela Lei Estadual nº 370, de 31-07-1954, o Distrito de Passagem Conceição é transferido do Município de Cuiabá para o de Várzea Grande. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 3 Distritos: Várzea Grande, Bom Sucesso e Passagem da Conceição. Pela Lei Estadual nº 2131, de 21-01-1964, é criado o Distrito de Porto Velho e incorporado ao Município de Várzea Grande. Pela Lei Estadual nº 3701, de 14-05-1976, é criado o Distrito de Capão Grande e incorporado ao Município de Várzea Grande. Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 5 Distritos: Várzea Grande, Bom Sucesso, Capão Grande, Passagem da Conceição e Porto Velho. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1999. Fonte: Biblioteca IBGE

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