Ver. Lisandro Luis Frederico | 27/10/2017 | 17:33:08
Fonte: Globo
Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Um vereador de Suzano quer proibir a soltura de fogos de artifício na cidade. A alegação é que o barulho traz problemas aos animais. Grávidas, idosos e autistas também sofrem com as consequências, segundo estudo. A Comissão de Redação e Justiça da Câmara de Vereadores já julgou inconstitucional o projeto de lei, mas o parecer foi derrubado no plenário. Atualmente o projeto está em análise na Comissão de Finanças e Orçamento e ainda não há um prazo definido para entrar em votação.

Douglas Moreno é proprietário de uma loja especializada em Suzano e é membro da Associação brasileira de Pirotecnia. Ele diz que não concorda com a medida. “Nós temos que lembrar que somos uma classe trabalhista. Existem pessoas que dependem do fogo de artifício. No final do ano nós empregamos, em média, 10 funcionários temporários. São 10 pessoas a menos que vão deixar de ter uma renda.”

Para o vereador Lisandro Frederico, autor do projeto de lei, a discussão é ampla. “Antes mesmo de ser vereador, eu já tinha um trabalho muito amplo voltado para a causa animal e a gente via o problema decorrente com os animais. Com o andar do tempo, a gente descobriu o tamanho do impacto dos fogos de artifícios em autistas e idosos.”

O veterinário José Pedro Rocha explica que o problema está no som. “O que mais a gente percebe na clínica é que os animais se assustam, ficam em estado de pânico e acabam fugindo do seu proprietário e podem ser atropelados. Existem casos também de animais que não percebem portas e janelas de vidro e acabam atravessando.”

A Comissão de Proteção e Defesa Animal da Ordem dos Advogados (OAB) de Suzano apresentou, em audiência pública, um estudo que tem como base acidentes em outras cidades. “Tivemos conhecimento de ações judiciais que tramitaram na nossa Justiça de São Paulo por questões de fogos de artifícios. Foi uma criança que teve o corpo queimado por fogos abandonados na rua”, explica Ariana Anari Gil, presidente da comissão.

Faltando pouco para o fim do ano, Zuleica Marques, que tem um filho autista, diz que seria bom, ter uma comemoração sem fogos de artifício. “Se tiver a proibição eu concordo. Não é só por ele, eu conheço outras crianças que as mães nem sabem que os filhos são autistas e têm problemas com os fogos.”


Compartilhar