Dep. Feliciano Filho | 29/12/2017 | 15:14:31
Fonte: O Globo

Refeitórios, lanchonetes e restaurantes em escolas, penitenciárias e outros prédios públicos do estado de São Paulo podem parar de servir carne uma vez por semana. A Assembleia Legislativa aprovou, na quarta-feira, um projeto de lei que institui a “segunda sem carne” em todo o estado. Antes de entrar em vigor, no entanto, o texto ainda precisa ser sancionado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O projeto prevê multa de R$ 7.521 para quem servir comida preparada com carne ou derivados às segundas-feiras. Os únicos órgãos públicos que ficariam fora da “segunda sem carne” seriam os hospitais e outras unidades de saúde — os demais devem fixar em local visível um cardápio alternativo. Os deputados também preveem que o governo faça uma campanha educativa explicando como funcionaria a nova medida.

Ao justificar o projeto, o deputado estadual Feliciano Filho (PSC), autor do texto, escreveu que a “segunda sem carne” tem o objetivo de chamar a atenção sobre as consequências do consumo de carne. Ele relaciona o consumo de carne “aos direitos dos animais, à crise ambiental, ao aquecimento global, à perda de biodiversidade, às mudanças climáticas e às diversas doenças que afligem a população humana, incluindo doenças cardiovasculares, doenças crônicas degenerativas, colesterol elevado, diversos tipos de câncer e diabetes”.

Defensor da causa animal e vegetariano, o parlamentar afirma que a pecuária é responsável pela emissão de cerca de 17% dos gases de efeito estufa no planeta e consome cerca de 70% da água potável.

A iniciativa é inspirada na campanha “Meat Free Mondays” (segunda sem carne, em tradução livre), encabeçada pelo ex-Beatle e também vegetariano Paul McCartney e que tem o objetivo de “conscientizar as pessoas para uma alimentação sem sofrimento animal”.

Algumas cidades do mundo já aderiram à proposta, ainda que em escala menor. Desde outubro, 15 escolas públicas de Nova York, nos Estados Unidos, não servem mais carne. Colégios de Los Angeles, na California também aderiram à “segunda sem carne”.

Mesmo em São Paulo, já foram implementadas ações nessa linha. Desde 2015, três dos 52 restaurantes públicos da rede Bom Prato, que servem refeições a R$ 1, tiraram a carne do cardápio na segunda-feira.

O governador Alckmin ainda não se pronunciou sobre o assunto. Ele não tem prazo para sancionar o texto.

 


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