Equipe Aparece Brasil | 21/02/2018 | 16:25:53
Fonte: O Globo
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo)

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo)

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já avisou aos líderes dos partidos que irá apresentar na próxima semana os projetos na área de segurança que pretende levar a plenário para votação. O mais polêmico, que flexibiliza o estatuto do desarmamento e permite a compra e posse de armas ao cidadão comum, ainda divide opiniões entre os deputados. O PT e o PSOL já disseram ser radicalmente contra qualquer flexibilização do estatuto do desarmamento.No PSDB, o líder, Nilson Leitão (MT), dia que a posse deve ser liberada, desde que cumpridos alguns critérios. É exatamente isso que deve constar no relatório do deputado Alberto Fraga (DEM-DF). Mas entre os tucanos, há quem seja totalmente contra qualquer liberação de armas.

— Tem o lado mais ideológico de alguns, que acham que não deve liberar de jeito nenhum. Mas o Parlamento tem que levar em conta o que a população pensa. E a população quer ter o direito de comprar armas. Eu sou a favor, desde que obedecidos alguns critérios. Não acredito que liberar geral seja bom. Pode-se pensar em aumentar os critérios ou de repente liberar para alguns setores expostos a maior periculosidade — disse Nilson Leitão acrescentando que considera um erro a Câmara ter barrado, no ano passado, o porte aos guardas de trânsito.

Outro partido cujo líder defende a liberação é o PTB. O deputado Jovair Arantes (GO) ressalva que ainda não ouviu a bancada sobre o tema, mas dá a sua posição em prol da permissão para que o cidadão que queira, possa ter armamentos.

— Voto a favor. Um país que desarmar o cidadão e arma os bandidos não está certo. Nos Estados Unidos, que são uma referência para nós, tem muita lambança. Mas lá o cara passa ultrapassando a cerca de uma propriedade, e leva um alerta. Se ele teimar e passar de novo, leva bala. Não tenho, nem nunca vou ter arma. Mas voto a favor — disse.

Com opinião diametralmente oposta, o líder do PT, deputado Paulo Pimenta (RS) critica Maia por querer pautar esse projeto, e avisa que toda a bancada votará contra.

— O fato de o Rodrigo Maia ter decidido pautar essa matéria revela que ele não entende nada de segurança pública. Não existe nenhuma experiência no mundo em que medidas dessa natureza tenham reduzido a criminalidade. Qualquer pessoa minimamente informada sabe que o número elevado de mortes violentas ocorre em brigas de família, crimes passionais — diz.

Além desse projeto, Maia deve colocar no pacote de segurança pública um projeto que está sendo elaborado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes para aumentar o controle do tráfico de drogas e armas, o projeto que cria o sistema único de segurança pública (SUSP) e o que trata da reforma da lei de execuções penais.


Compartilhar