Gen. Girão critica Judiciário, defende militares e alerta: “O Brasil está apodrecido”
Gen. Girão critica Judiciário, defende militares e alerta: “O Brasil está apodrecido” Em discurso contundente na Câmara dos Deputados, o deputado federal General Girão (PL-RN) fez duras críticas ao Judiciário, à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e à condução política do país. Com quase 40 anos de carreira no Exército, Girão afirmou que o Brasil vive um “processo de apodrecimento institucional” e que há “conluio entre poderes” que deveria ser combatido. Segundo o parlamentar, órgãos que deveriam ser independentes e harmônicos “estão atuando em conluio”, permitindo que criminosos de alta periculosidade desfrutem de benefícios na prisão, enquanto cidadãos e militares são tratados como criminosos por expressarem opiniões. Ele citou o caso de presos políticos e de oficiais punidos por participarem de grupos de mensagens ou emitirem comentários críticos. Críticas ao STF e à OAB Girão questionou a atuação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-os de se pronunciar “fora dos autos” e de agir de forma parcial. Também atacou a OAB, que, segundo ele, estaria “apodrecida” e distante de sua função de defesa da justiça. “Advogado tem que observar a lei, não agir por interesse político”, declarou. O parlamentar citou o episódio em que um juiz do STF teria proibido um tenente-coronel de prestar depoimento usando farda, classificando a decisão como “afronta às Forças Armadas”. “O militar só perde o direito de usar a farda se for declarado indigno após julgamento no Superior Tribunal Militar”, disse. Preocupação com direitos dos militares Um dos pontos centrais do discurso foi a denúncia de que há propostas em tramitação para alterar o sistema de proteção social dos militares, retirando direitos de remuneração de famílias de oficiais condenados. “Querem substituir o salário da família pelo auxílio-reclusão. É um ataque à história e à honra de quem serviu ao país”, afirmou. Girão acusou o Alto Comando do Exército e o Ministério da Defesa de permanecerem calados diante dessas ameaças. “O silêncio é conivência”, ressaltou, citando frase atribuída a Martin Luther King sobre a omissão diante da injustiça. Críticas ao Congresso e defesa da liberdade O deputado também atacou a postura das lideranças do Congresso Nacional, acusando o presidente do Senado de se recusar a pautar temas de interesse da oposição, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Anistia. “Não podemos aceitar que duas pessoas comandem 594 parlamentares e ignorem 220 milhões de brasileiros”, afirmou. Para Girão, a defesa da liberdade exige coragem e mobilização popular. “O povo não foi às ruas como deveria. A liberdade se conquista lutando. E nós, enquanto tivermos sangue correndo nas veias, precisamos agir com coragem”, concluiu.