O debate em torno da criação da Universidade Federal do Iguaçu na Câmara dos Deputados

No dia 15/7, foi realizada uma audiência pública na Câmara dos Deputados para debater a criação da Universidade Federal do Iguaçu (UFI), no Paraná. A medida, que está em análise através do projeto de lei 4505/21, tem gerado bastante controvérsia e contestação por parte de debatedores e especialistas no assunto.

De acordo com o projeto, a UFI seria formada pelos campi paranaenses da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), que possuem os municípios de Realeza e Laranjeiras do Sul como sede. O autor do projeto, o deputado Filipe Barros (PL-PR), justifica a criação da nova universidade alegando que os campi do Paraná estariam desassistidos, o que prejudicaria o desenvolvimento da região.

No entanto, o reitor da UFFS, João Alfredo Braida, contestou a criação da UFI e destacou os prejuízos que isso acarretaria para o projeto de estruturação da instituição, que está em andamento. Ele também ressaltou que a cisão da universidade reduziria seu poder em disputar recursos de editais de agências de fomento. Além disso, Braida afirmou que o argumento de que os campi do Paraná estariam desassistidos é infundado, uma vez que a UFFS possui um quadro de funcionários e alunos expressivo na região.

Os gestores dos campi de Realeza e Laranjeiras do Sul, Marcos Antônio Beal e Manuela Pereira, também criticaram a criação da UFI. Segundo eles, a estrutura física das unidades já está no limite, e dividindo-a não será possível crescer mais.

Essas argumentações são apoiadas pelo Ministério da Educação, representado pela diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Educação Superior, Tânia Mara Francisco. Ela afirmou que a criação de uma universidade demanda um número mínimo de 2.800 vagas para alunos, o que não é preenchido pelos campi do Paraná. Além disso, Tânia destacou que, no momento, o ministério busca consolidar as instituições já existentes ao invés de criar novas.

A audiência, proposta pelo deputado Tadeu Veneri (PT-PR), teve como objetivo ampliar o debate sobre a criação da UFI, que, segundo ele, não foi devidamente discutida com a comunidade acadêmica. Veneri defendeu o arquivamento do projeto.